A importância do Sistema de Fabricação do Exército Brasileiro

Por General de Divisão Tales Eduardo Areco Villela

O Sistema de Fabricação (Sis Fab), intrínseco e indissociável da Força Terrestre, é fundamental para garantir a soberania nacional e facilitar a consecução da missão constitucional do Exército Brasileiro. Visando ao cumprimento efetivo das missões das diversas Organizações Militares da Força Terrestre, a Diretoria de Fabricação (DF), mediante esforços sinérgicos com seus Arsenais de Guerra e Escritórios, desempenha um papel crucial na produção, manutenção, modernização, revitalização, nacionalização e obtenção de sistemas, meios e materiais necessários às operações militares.

A importância do Sistema de Fabricação do Exército Brasileiro
A importância do Sistema de Fabricação do Exército Brasileiro
Autor: General de Divisão TALES EDUARDO ARECO VILLELA
Segunda, 12 Agosto 2024
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O Sistema de Fabricação (Sis Fab), intrínseco e indissociável da Força Terrestre, é fundamental para garantir a soberania nacional e facilitar a consecução da missão constitucional do Exército Brasileiro. Visando ao cumprimento efetivo das missões das diversas Organizações Militares da Força Terrestre, a Diretoria de Fabricação (DF), mediante esforços sinérgicos com seus Arsenais de Guerra e Escritórios, desempenha um papel crucial na produção, manutenção, modernização, revitalização, nacionalização e obtenção de sistemas, meios e materiais necessários às operações militares.

A DF coordena e supervisiona as atividades dos Arsenais de Guerra (AG), estabelecendo diretrizes e políticas para garantir a efetividade dos processos envolvidos e a qualidade dos produtos fabricados. Atuando como um centro de comando e controle, a DF gerencia e alinha os esforços de fabricação, manutenção e modernização com as necessidades operacionais identificadas, no território nacional ou em missões de paz no exterior, e comunicadas ao Sis Fab/EB pela Força Terrestre.

Os AG são responsáveis pela produção, manutenção e recuperação de armamentos, munições, viaturas, equipamentos e outros materiais utilizados pelas Forças Armadas, além de serem essenciais para a nacionalização de componentes que possuem custos elevados e altas taxas de mortalidade. Cada Arsenal possui uma especialização própria ou vocação, o que facilita a gestão dos recursos pela DF, otimizando sua distribuição para atender às demandas operacionais da tropa.

O Arsenal de Guerra do Rio (AGR) concentra-se na fabricação de morteiros (120 mm, 81 mm e 60 mm), manutenção de rádios e optrônicos, nacionalização de componentes e/ou subsistemas, e soluções de engenharia para blindagem de equipamentos de engenharia, como escavadeiras e carregadeiras. Cabe ressaltar que o AGR tem aprimorado suas capacidades ao longo do tempo, com a aquisição de várias máquinas operatrizes CNC (Comando Numérico Computadorizado), além de apresentar forte atuação na área de projetos, metrologia e de controle de qualidade.

O Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) possui forte vocação na área de blindados, trabalhando na modernização da Viatura Blindada de Reconhecimento EE – 9 Cascavel – Nova Geração, e na nacionalização de peças e componentes da Viatura Blindada de Combate Leopard 1A5 BR. Destaca-se, também, na realização criteriosa de manutenção de armamento leve (FAL, PARAFAL, IA2, etc) e pesado (obuseiros de diferentes modelos), revitalização de portadas, manutenção e recuperação de Instrumentos Óticos de Direção e Controle de tiro (IODCT), além da fabricação das redes de camuflagem URUTAU.

O Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC), em processo de desativação desde 2021, sempre se destacou na manutenção de armamento pesado (canhão 90 mm e obuseiros), armamento leve e fabricação de placas reforçadoras de solo. Suas capacidades estão sendo transferidas para outros Arsenais e Parques Regionais de Manutenção.

A missão dos Arsenais extrapola a fabricação de material bélico. Eles desempenham um papel-chave na inovação e no desenvolvimento tecnológico, buscando constantemente novas soluções de engenharia para os desafios das Forças Armadas Brasileiras, o que inclui, por exemplo, avanços no desenvolvimento na fabricação de produtos de defesa com demanda de tecnologias avançadas, como a manufatura aditiva. Além disso, estão envolvidos na capacitação de pessoal e na transferência de tecnologia, contribuindo para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID).

A DF, essencialmente, é responsável pela gestão de atividades fabris e de obtenções complexas, atuando sinergicamente nos Programas Estratégicos do Exército, como OCOP, ASTROS, Forças Blindadas e SISFRON, resultando na obtenção de modernos sistemas e materiais de emprego militar (SMEM), como as viaturas VBTP-MSR 6×6 Guarani e VBMT-LSR 4×4 Guaicurus, além do desenvolvimento do Sistema PROTEUS, do Simulador de Procedimentos (SPM) do Guarani, do Meio Auxiliar de Instrução da VBMT Guaicurus, da obtenção de Lanchas de Operações Ribeirinhas, do fuzil 7,62 mm IA2, das atualizações e variantes da família Guarani (Guarani 2.0 e versões Antiaérea com Implementos de Engenharia) e da modernização da VBR Cascavel e da atualização do Sistema de Aramas UT30.

Os novos desafios para o Sis Fab incluem a obtenção de SMEM complexos por meio de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Para cumprir essa missão, foram introduzidas novas metodologias de trabalho que conferem assertividade e visão sistêmica aos processos de obtenção, utilizando análise multicritério (AHP) e engenharia de sistemas. O emprego dessas ferramentas vem assegurando ao Sis Fab a segurança necessária para cumprir suas tarefas institucionais com êxito.

Ademais, o Sistema de Fabricação mantém estreita sintonia com a BID, colaborando com diferentes organizações e setores da indústria de defesa para desenvolver tecnologias avançadas e otimizar processos de produção, assegurando a prontidão operacional e o poder de combate da Força Terrestre. Em um mundo globalizado, complexo, dinâmico e competitivo, a capacidade nacional e autóctone de produção industrial e manutenção de equipamentos militares é essencial para a segurança e defesa da Pátria. Portanto, investir no fortalecimento e modernização do Sistema de Fabricação do Exército Brasileiro é indispensável para a soberania e defesa nacional.

FONTE: EBlog/EB

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