Por Guilherme Wiltgen e Rubens Barbosa Filho
Estiveram presentes o antigo ministro do Superior Tribunal Militar e antigo integrante do Alto-Comando da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla, o Comandante da 2ª Divisão de Exército, General de Divisão Décio Luís Schons, o Chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Leste e antigo Comandante do 6º BIL, General de Brigada Antonio Carlos de Souza, o Comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), General de Brigada Rolemberg Ferreira da Cunha; o antigo Comandante da Brigada Aeromóvel e do 6º BIL, General de Brigada Mario Antônio Ramos Antunes e o Prefeito Municipal de Caçapava, Sr. Henrique Lourivaldo Rinco de Oliveira.
O hasteamento do Pavilhão Nacional marcou o início das comemorações, sendo realizada na sequência, a solenidade militar, que contou com a presença de 12 ex-combatentes da FEB, que adentraram ao Pátio Marechal Nelson de Mello em um desfile motorizado de viaturas da época da Segunda Guerra Mundial.
Nesse mesmo pátio, foi montada uma exposição com diversos veículos militares utilizados na Segunda Guerra, alem de uniformes e armamentos utilizados por ambos os lados.
Um dos destaques foi a presença de uma viatura de Comando e Controle do Projeto Estratégico Astros 2020, exposta pela Avibras.
À noite, a banda de música do 6º BIL realizou um belíssimo Concerto Musical, enquanto a tropa do 6º BIL e o Grupo Monte Castelo protagonizaram uma Encenação Histórica da Batalha de Fornovo Di Taro, que foi finalizada com um show pirotécnico.
Conquista de Collecchio e Fornovo di Taro
Após a mais difícil batalha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em terras italianas e a consequente conquista de Montese, em 19 de abril de 1945, vitória que desequilibrou o dispositivo defensivo alemão na área, teve início uma nova etapa da impetuosa ofensiva dos Aliados na Itália.
Ao amanhecer do dia 21, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), mesmo sob pesado fogo da artilharia inimiga, conseguiu conquistar e ocupar Zocca, um importante nó rodoviário da região, e prosseguiu no avanço contra o inimigo que recuava, derrubando as resistências nazistas uma a uma. Consolidava-se, assim, a presença da FEB na Planície do Pó no dia 23 e, a partir de então, principiaram as operações que viriam a levar ao maior triunfo isolado da tropa brasileira em solo europeu e um dos maiores da campanha da Itália como um todo.
Em 26 de abril, foi a vez de enfrentar os alemães na área compreendida entre os Rios Enza e Taro. No dia seguinte, a região de Colecchio foi ocupada após uma rápida batalha, porém não menos sangrenta, que durou três horas e impediu o inimigo de prosseguir até Parma.
Foram capturados 588 prisioneiros, além de canhões e material bélico e logístico, incluindo uma cozinha de campanha.
Logo em seguida, a tropa brasileira que se deslocava em direção a Fornovo di Taro, uma comuna italiana da província de Parma, vizinha de Colecchio, surpreendeu uma grossa coluna inimiga na Estrada 62 e obteve nova conquista.
A próxima grande vitória estava muito próxima, pois se daria na noite de 27 para 28 de abril.
O comandante do Esquadrão de Reconhecimento da FEB, Maj Cordeiro Oeste, procurando uma conquista mais pacífica, tentou propor, através de um vigário local, que os alemães se rendessem de acordo com os termos das convenções internacionais de guerra, pois estavam cercados. No entanto, ante uma resposta inconsistente, o ataque foi a única solução para o conflito. Com manobra de duplo envolvimento, os corajosos Pracinhas brasileiros atingiram rápida e vigorosamente as cercanias de Fornovo di Taro, travando um intenso combate, que ocasionou na tomada da cidade ainda na madrugada do dia 29, com a capitulação do inimigo, nada menos do que três divisões inteiras.
Assim, na virada de 29 para 30 de abril de 1945, na região de Collecchio e Fornovo di Taro, no Norte da Itália, a ação de cerca de 200 brasileiros, com 13 carros blindados e o apoio do 6º Regimento de Infantaria, culminou na rendição de 14.779 militares de três divisões alemãs (a 148º Divisão Alemã, a 90ª Panzergrenadier e a Divisão Bersaglieri Itália), além de 4.000 animais e 2.500 viaturas.
Esse feito é considerado único em todo o teatro de operações europeu durante a Segunda Guerra Mundial.
NOTA do EDITOR: Aos heróis da FEB, o nosso agradecimento pelo exemplo de abnegação e heroísmo, que se eterniza na história e nos faz sentir o orgulho dos nossos “Pracinhas”.