Por Roberto Valadares Caiafa
T&D – A Omnisys vem reforçando seu posicionamento como empresa brasileira como crescente presença em eventos nacionais e internacionais. Isso não vai contra o fato de a Thales ter adquirido integralmente a Omnisys em 2012?
A Omnisys é uma empresa brasileira, sediada em São Bernardo do Campo e com orgulho das suas raízes desde a fundação em 1997. A Omnisys é uma das primeiras empresas de engenharia eletrônica brasileira a fornecer soluções de alta tecnologia para aplicações civis, militares e espaciais não apenas para o Brasil, mas também para outros países da América Latina, Europa e Ásia. Desde a integração ao Grupo Thales, a Omnisys tornou-se grande receptora de tecnologias a fim de atender ambos os mercados doméstico e internacional, sendo a porta de entrada para mais transferências de tecnologias oriundas das diversas divisões do Grupo, orientadas para os novos grandes projetos que virão nos próximos anos. Em 2013, estreamos na LAAD, na Le Bourget e agora estamos na DSEI, sempre integrando com orgulho o pavilhão da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), espaço exclusivo para empresas nacionais do setor. Nosso objetivo aqui é reforçar a imagem da Omnisys como empresa brasileira que visa atender clientes em todo o mundo com nossos produtos e soluções.
T&D – Como anda (em que estágio se encontra) o desenvolvimento das oito unidades do sistema SONAR para o programa PROSUB da Marinha do Brasil e o desenvolvimento da cabeça de busca (seeker) do novo míssil antinavio, o MANSUP?
O trabalho de transferência de tecnologia e de conhecimento necessários para a fabricação das oito unidades referentes ao Sistema SONAR já foram concluídos e as referidas unidades já foram fabricadas e entregues, tendo a Marinha assistido aos testes de aceitação realizados na unidade da Omnisys em São Bernardo. Neste momento, estamos discutindo com a Grupo o aprofundamento dessa transferência de tecnologia, visando às próximas oportunidades de serviços que virão nos próximos anos. Com relação ao Seeker, o projeto está em fase bem avançada, tendo sido a PDR (Preliminary Design Review) concluída no início de 2013. Neste momento, os engenheiros já estão na fase de testar em bancada cada uma das diversas partes do referido sub-sistema.
T&D- Com relação aos produtos do Sistema de Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica-MAGE, o que existe de concreto para o fornecimento de novos sistemas dessa classe para as futuras corvetas Barroso Modificadas previstas para a Marinha do Brasil? A Omnisys e a Marinha do Brasil vem mantendo conversações a respeito?
O MAGE Defensor foi um produto desenvolvido no Brasil por engenheiros brasileiros, desenvolvimento esse realizado em conjunto o Instituto de Pesquisas da Marinha (IPQM). Como se trata de um desenvolvimento de um sistema brasileiro, todo o conhecimento relativo à engenharia de sistemas e ao desenvolvimento de software está sob dominio de cérebros brasileiros. Há alguns anos, a Marinha do Brasil decidiu que o MAGE Defensor seria o equipamento de apoio a guerra eletrônica que equipará corvertas e fragatas brasileiras. No momento, a Omnisys está finalizando a entrega relativa a um contrato de fornecimento de 3 unidades do MAGE Defensor para a Marinha do Brasil, e devemos em breve começar a discutir a possibilidade de novos fornecimentos.
FONTE: Tecnologia & Defesa