Seminário Hemisférico de Defesa Cibernética

Em 31 de outubro, a Junta Interamericana de Defesa, com sede em Washington, DC, realizará o Seminário Hemisférico de Defesa Cibernética, com transmissão virtual em três idiomas – espanhol, inglês e português.

O Seminário destina-se a todos os interessados na defesa cibernética e, especialmente, aos responsáveis pela tomada de decisões (senior key leaders), bem como aos conselheiros que integram equipes de resposta a incidentes informáticos.

A iniciativa representa uma valiosa oportunidade para a troca de informações e experiências relacionadas com a cooperação internacional em questões de defesa cibernética.

Em um cenário digital desafiante, que continua a evoluir a um ritmo sem precedentes, o Seminário promete um encontro intelectualmente estimulante e ricamente interligado, oferecendo o ambiente ideal para explorar estratégias inovadoras e partilhar conhecimentos no domínio da defesa cibernética.

Para fornecer maiores informações aos nossos leitores sobre esse relevante tema, realizamos uma entrevista com o Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes de Oliveira, vice-diretor da Subsecretaria de Serviços de Assessoramento da Junta Interamericana de Defesa.

Você poderia nos contar um pouco sobre esta edição 2024 do Seminário Hemisférico de Defesa Cibernética, promovido pela JID? Quais são os objetivos do evento, quando e como será realizado e como as pessoas podem se inscrever?

CMG Luciano Moraes – Estamos muito satisfeitos com a oportunidade de organizar esta edição do Seminário Hemisférico de Defesa Cibernética. O Seminário faz parte do Programa de Defesa Cibernética da JID, que se baseia basicamente em três pilares: Rede de Contatos, Desenvolvimento de Capacidades e Conferências. Este último pilar, que inclui o próximo evento, tem como objetivo geral partilhar novas soluções, boas práticas e informações sobre o que se passa atualmente no mundo, e particularmente no hemisfério americano, em termos de defesa cibernética.
Como objetivo particular, este Seminário visa promover e desenvolver alternativas para a criação de um futuro quadro internacional de cooperação em defesa cibernética, que permita aos Estados Membros do sistema OEA/JID desenvolver capacidades no setor e compartilhar boas práticas e lições aprendidas.
O Seminário será realizado na Casa do Soldado, sede da JID, em Washington, DC. Acontecerá no dia 31 de outubro, das 9h às 12h (horário de Washington), com transmissão na plataforma ZOOM e nos canais do JID no YouTube.
O evento é aberto a todos os interessados no tema e as inscrições para participar virtualmente da Conferência podem ser feitas no site da JID: https://forms.office.com/g/b7xN8seFD0.

Quais os principais temas que serão discutidos no seminário?

CMG Luciano Moraes – A agenda incluirá temas importantes relacionados à Cooperação Internacional em Defesa Cibernética, que é o objetivo particular do nosso Seminário. Para isso, trabalharemos subtemas como Cooperação Internacional em Defesa Cibernética, na perspectiva das Forças Armadas, e Cooperação Internacional em Defesa Cibernética, na perspectiva da Organização dos Estados Americanos, por meio do Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE/OEA), bem como a apresentação de casos de sucesso na Cooperação Internacional em Defesa Cibernética.

É importante ressaltar que a abertura do evento será feita pelo Diretor da Secretaria-Geral da JID, o Major-Brigadeiro do Ar Flávio Luiz de Oliveira Pinto, e que o palestrante principal será o Brigadeiro Keith Osmond, do USCYBERCOM.

Como a Junta Interamericana de Defesa pode contribuir para o debate e o avanço de uma área tão importante na atual agenda global? Qual a importância do trabalho conjunto entre as Forças de Defesa e Segurança dos países do hemisfério?

CMG Luciano Moraes – Essa é uma questão fundamental. O ciberespaço não tem fronteiras definidas; pode ser utilizado livremente por diversos agentes de ameaça sem que sejam descobertos e, na maioria das vezes, sem que possamos atribuir responsabilidades pelos ataques. As armas cibernéticas evoluem muito mais rapidamente do que as defesas capazes de combatê-las. Essas características, entre muitas outras, fazem do ciberespaço um ambiente em que a cooperação – não só entre os diferentes sectores críticos de um Estado e as entidades que os operam (governo, empresas e academia), mas entre Estados soberanos – seja um elemento essencial para promover a segurança e confiança mútua na nossa região.

Em todos os eventos e treinamentos que participei desde que cheguei à JID, esta palavra é sem dúvida a que mais se ouve. O Marco de Cooperação que pretendemos promover entre os Estados membros da JID visa à construção de capacidades e ao intercâmbio de informações, com o objetivo de melhorar a maturidade cibernética dos Estados e promover a segurança e a confiança hemisférica.

A Junta Interamericana de Defesa tem desenvolvido alianças relevantes nesse campo?

CMG Luciano Moraes – A seção de Defesa Cibernética busca participar dos diversos eventos e treinamentos realizados na região sede da JID, bem como dos eventos realizados pelos nossos Estados membros, para os quais costumamos ser convidados. Dessa forma, poderemos nos manter atualizados com as melhores práticas, conhecer novos produtos e soluções e, principalmente, aumentar nossa rede de contatos, um dos pilares do Programa de Defesa Cibernética da JID. A partir da nossa rede de contatos, costumamos também estabelecer novas alianças, a fim de oferecer cursos e treinamentos e para que instituições e empresas nos forneçam palestrantes e informações importantes, de maneira que a JID possa funcionar como um grande facilitador, capaz de conectar quem demanda com quem é capaz de fornecer as soluções que desejamos, no domínio da segurança e da defesa cibernética.

Alguma outra mensagem que você gostaria de compartilhar?

CMG Luciano Moraes – Encorajo a todos que não percam a valiosa oportunidade de acompanhar nosso Seminário, adquirindo novos conhecimentos nesta área dinâmica do conhecimento, que evolui tão rapidamente.
Gostaria também de aproveitar esta oportunidade para convidá-los a visitar o site da JID e conhecer o programa de Defesa Cibernética e as demais atividades realizadas pelos dedicados militares que aqui trabalham. Creio que dar conhecimento de todo esse trabalho pode contribuir decisivamente para o fomento da confiança e da segurança no nosso hemisfério, uma das principais atribuições da JID.

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