O contrato de renovação das fragatas, marca a volta da França na Arábia Saudita?
Jean – Yves Le Drian – Este contrato de 1,3 bilhões para a França representa um novo sucesso industrial para o nosso país. Quando assinamos o contrato de satélites de observação em julho nos Emirados Árabes Unidos, eu disse que a França estava de volta. Na Arábia Saudita também é o caso. O Rei me recebeu na segunda-feira e me deixou isso claro, e esse sentimento tem dominado minhas discussões com as autoridades sauditas. O contexto internacional e especialmente a linha permanente, fiel e clara da França para a Síria e sua relação com a Arábia Saudita, contribuiu para o fato de que não estamos mais em um relacionamento fraco em assuntos militares.
A DCNS tem grandes esperanças para a venda de fragatas multi-missão.
JYLDA – A França criou uma parceria importante e de longa duração com a Marinha saudita. A cultura comum está estabelecida, mas tende a cochilar. Ela renasce com contrato Lex e nos permite olhar outros projetos que vamos tentar realizar ao longo dos cinco anos de contrato.
Você já recebeu indicações positivas com relação ao contrato de mais de dois bilhões de modernização da defesa aérea pela Thales?
JYLDA – O Príncipe Salman, vice- ministro da Defesa e eu, temos discutido em profundidade todas as oportunidades, navais, espaciais, defesa aérea, defesa de mísseis e defesa cibernética. Ele foi nomeado e leva um tempo para pensar. Eu fiz o mesmo com o príncipe Mitaeb, o ministro encarregado da Guarda Nacional. Mas não vou dizer mais nada, senão eu iria contra os meus princípios.
Como você vê os nossos avanços em termos de exportações de armas deste ano. O método Le Drian?
JYLDA – Primeiro temos que garantir que estamos trabalhando em um contexto geoestratégico pacífico e saudável. Esta é a base. Em seguida, alimentar as relações pessoais e de confiança com os tomadores de decisão reais. Compartilhar, dar tempo ao tempo, respeitar, ouvir os seus pedidos. Eu tenho sempre que operar dentro do meu papel político e habilitar que as empresas envolvidas em negociações possam assumir plenamente o seu próprio papel. Eles devem formar uma ofensiva e trabalhar duro para realizar exportações, da qual sou o treinador da equipe da França. Finalmente, eu me recuso a deixar de investir nas possibilidades e eu não desisto até que seja alcançado um acordo.
O que poderia ser melhorado no suporte a dispositivos para a exportação de armas?
JYLDA – Devemos colocar em prática um quadro jurídico favorável entre o nosso Estado e os Estados compradores, uma espécie de “FMS” (nome do processo nos EUA para vendas militares estrangeiras), para os franceses. Alguns países exigem. Por não termos disponível esse tipo de dispositivo, perdemos alguns mercados.
Quando está prevista a criação desse dispositivo?
JYLDA – Dentro de seis meses. François Hollande se comprometeu há três semanas.
A lei de planejamento militar prevê que 7 Rafales sejam exportados em 2016. Você acha isso possível, sabendo que a recente morte de um dos negociadores da Índia vai causar o atraso de três a quatro meses do contrato e com a possível mudança do chefe da Força Aérea após as próximas eleições locais?
JYLDA – Estou muito atento às questões das exportações, porque eles são um pré-requisito para o sucesso do próximo planejamento militar. Os industriais entenderam. Com relação ao Rafale, estou otimista para a assinatura com a Índia no próximo ano, quando o orçamento for concluído.
O Qatar poderia levar antes?
JYLDA – Seria bom. Estamos em boa posição. Então eu não tenho nenhuma preocupação para a execução da anuidade do LPM em 2016, desde que continuemos a lutar pela manutenção da nossa política de exportação.
Anteriormente o CEO da DCNS e da Thales claramente sugeriram que a fragata multi-missão seria difícil exportar. Não tem equipamentos técnico ainda projetado adequadamente para apenas um punhado de navios?
JYLDA – A França precisa de suas 11 fragatas, portanto elas serão construídas. Dito isso, teremos que consolidar a definição da futura fragata de tamanho intermediário (FTI) em um navio que atenda à Marinha francesa e a exportação. Veremos isso após as últimas três fragatas FREMM serem terminadas e aí começaremos a construção de uma nova geração. Eu anunciei que vou tomar a decisão no final de 2016.
Considerando que não construiremos toda as encomendas originais, enquanto as entregas mal começaram, não seria isso, um reconhecimento de que a FREMM é adequada para o mercado internacional?
JYLDA – É difícil avaliar a capacidade de exportar um equipamento que ainda não está em serviço. Isto não pode ser considerado como um fracasso. Eu mantenho essa flexibilidade, sabendo que teremos onze fragatas entregues à Marinha no futuro, independentemente do tipo.
Como você reage à seleção da Turquia, país membro da NATO, por um sistema de defesa aérea chinês?
JYLDA – Esta inclusão em um mercado bastante improvável me surpreende. Gostaria de saber sobre a interoperabilidade (o sistema chinês com os da NATO). Espero que o governo turco tenha medido todas as desvantagens. Eu não vou dizer mais nada sobre o assunto.
FONTE: Les Echos
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval