O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta quinta-feira que o Brasil doará quatro helicópteros à Bolívia e informou que em breve iniciará os primeiros voos de um avião não-tripulado para vigiar a fronteira de 3,4 mil quilômetros dos países.
Cardozo fez o anúncio em entrevista coletiva junto com seu colega boliviano, Carlos Romero, depois de participar de outro encontro com autoridades judiciais para preparar uma reunião sobre acesso à Justiça no Mercosul que será realizada no Brasil.
O ministro destacou que analisou com Romero os detalhes para concretizar a doação dos helicópteros em poucos dias. Também disse que o governo mantém a decisão política de compartilhar com a Bolívia as operações de um Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) para vigiar a fronteira perante ações ilícitas.
Segundo Cardozo, as operações do VANT enfrentaram problemas burocráticos derivados do contrato de manutenção da aeronave, mas que serão resolvidos para começar em breve os voos.
Para tanto, Bolívia e Brasil devem adaptar sua normativa para as operações conjuntas no marco do respeito a seus respectivos espaços aéreos, apontou.
Os ministros também discutiram a implementação de operações de inteligência, a cooperação jurídica e policial, o fortalecimento das relações de fronteira e a regulação migratória.
Uma das principais preocupações do Brasil é que 60% da cocaína encontrada em seu mercado provém da Bolívia, cujo governo assegura, por sua parte, que uma percentagem similar da droga que circula em território boliviano tem origem no Peru.
Ao ser consultado sobre a possibilidade de a polícia brasileira ajudar a erradicar os cultivos de folha de coca, base da cocaína, Romero disse que a Bolívia nunca recebeu uma proposta oficial a esse respeito, mas que também não é parte dos planos do governo do presidente Evo Morales.
Cardozo e Romero se reuniram depois com o encarregado de negócios dos Estados Unidos na Bolívia, Larry Memmott, que é o máximo representante de seu país em La Paz, mas a imprensa não foi informada do resultado deste encontro.
Os três países assinaram no início deste ano um acordo para verificar, com a ONU como observadora, a destruição de plantações ilegais de folha de coca na Bolívia.
FONTE: Terra