Por Lucas Silva
A Marinha do Brasil vem sofrendo com o envelhecimento da sua frota e a falta de recursos já a alguns anos e, apesar de ter lançado diversos projetos de renovação da frota, apenas o Prosub realmente está saindo do papel, enquanto que a frota de superfície continua envelhecendo e diminuindo sua operacionalidade a cada ano.
A MB lançou também o projeto Prosuper, que prevê a compra de 11 navios, entre fragatas de 6mil ton, navios de patrulha oceânica e um grande navio de assalto anfíbio, mas parece que este projeto vai se enrolar do mesmo modo que o F-X2 da força aérea, que demorou mais de 10 anos para ser decidido.
Recentemente foi noticiado que a MB estaria desenvolvendo uma variação da corveta classe Barroso ou classe Tamandaré, que utilizaria o mesmo casco com algumas melhorias, incorporando todas as tecnologias atuais. Foi então que pensei comigo mesmo: “Será que este não poderia ser utilizado para desenvolver os navios de superfície que precisamos?”. Na minha conclusão de leigo a resposta é sim! Então decidi botar isso no papel, ou melhor, na tela.
O navio seria propulsado apenas por motores a diesel, mantendo basicamente a mesma velocidade, mas aumentando o alcance para 6 mil milhas. Seria equipada com um radar 3D, sendo o I-Mast favorito porém, prefiro o thales MRR-NG, que apesar de ser um pouco inferior, continua sendo um bom radar, mais barato e mais leve que o primeiro.
O armamento de tubo será constituído de um canhão Oto Melara de 76mm, preferencialmente o SR (Super Rapid), e o canhão secundário deverá ser um Bofors Trinity de 40mm, que na minha opinião, poderia ser substituído por um canhão Denel dual de 35mm, que proporciona maior cadência de fogo e resistência em combate, melhorando assim a defesa aproximada.
Na guerra anti-navio, deverá ser equipada com mísseis Exocet, ou o MAN-1, que está sendo desenvolvido no Brasil. Essa nova classe deverá também receber mísseis de defesa aérea lançado de silos verticais, sendo que o modelo ainda não foi escolhido. Defendo que poderíamos desenvolver uma versão mar-ar do míssil A-Darter e instalar na nova corveta da MB, dando assim uma capacidade de defesa anti-aérea na faixa dos 15km, se fosse equipado com um booster. A guerra antissubmarino deverá ser feita através de torpedos Mk-46 e helicóptero orgânico, porém defendo que deveríamos nos equipar com o torpedo MU-90 (mais moderno). As dimensões seriam as mesma da classe Barroso atual, aumentando um pouco apenas o deslocamento.
No quesito Navio de Patrulha Oceânico (OPV), poderíamos ter esta variação, utilizando o mesmo casco da classe Barroso porém com dimensões reduzidas.
Este navio teria 93 metros de comprimento, 11,4 metros de boca e deslocaria aproximadamente 1.800 toneladas. A motorização seria a mesma da nova Barroso, diminuindo assim o custo de produção e, se necessário, levando o navio a velocidades mais elevadas, em torno de 30 nós, com alcance na faixa de 4 mil milhas náuticas.
O radar utilizado seria o mesmo da nova Barroso, o MRR-NG 3D com alcance de aproximadamente 180km. Não teria torpedos nem sistemas de defesa aérea, deixando esta função para o armamento de tubo, que seria constituído de um canhão de Oto Melara de 76mm SR, um canhão de 35mm Denel dual e duas metralhadoras .50, para ameças assimétricas. Teria um espaço reservado para receber até 4 mísseis anti-navio, em caso de necessidade, e capacidade para embarcar um helicóptero AH-11A Super Lynx ou um UH-12/13 Esquilo.
Com relação as Fragatas, o modelo também utilizando seria o do casco da nova classe Barroso, porém com maiores dimensões.
Esta Fragata teria 133 metros de comprimento, aproximadamente 17 metros de boca e deslocaria entre 4.500 e 5.000 toneladas. A planta de propulsão seria composta por 4 motores a diesel 20v 8000 M71L, produzindo um total de 48.000 hp, que a levaria a aproximadamente 30 nós. O alcance ficaria na faixa das 6.000 milhas náuticas em velocidade de cruzeiro. O radar seria o TRS-4D Aaesa, montado em 4 antenas fixas, com alcance de 250km e capacidade de monitorar até mil alvos simultaneamente. Teria também um sistema IRST.
A guerra de superfície seria feita por 8 mísseis anti-navio, sendo eles o Exocet block 3 ou MAN-1, além de um canhão Oto Melara de 127mm. Poderia ser desenvolvida também uma versão naval do míssil AVTM-300 Matador.
Para a defesa aérea, este navio seria equipado com pelo menos 32 mísseis de curto alcance A-Darter (já citado antes), e mais 32 mísseis anti-aéreos de longo alcance, que poderia ser o Marlin sul-africano que foi oferecido para ser desenvolvido em conjunto com o Brasil, tendo aproximadamente 100km de alcance com versões ar-ar, terra-ar e mar-ar, sendo este uma opção aos mísseis americanos sujeitos a restrições, e também aos caros mísseis da família Aster.
Para defesa aproximada, teria 2 canhões de 35mm Denel dual cobrindo 360 graus, além de 2 canhões de 20mm controlados remotamente.
Para a guerra ASW, estariam disponíveis 2 reparos triplos de torpedos MU-90 e capacidade para embarcar dois helicópteros orgânicos MH-16 Seahawk, além de poder ser equipada com um sonar rebocado.
NOTA DO EDITOR: Texto e imagens de Lucas Silva