Sikorsky UH60 Black Hawk: Uma opção para as forças de segurança no Brasil

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Por Roberto Caiafa

Com o acirramento do quadro de violência causado por uma criminalidade cada vez mais pesadamente armada a cada nova ação, o Estado Brasileiro e seus Governos Estaduais (incluindo aí as Polícias Militar e Civil) encontram se diante de uma necessidade imperiosa, renovar seus meios de emprego e armamentos usados contra os criminosos.

Ataques de quadrilhas empregando metralhadoras pesadas de 12,7mm montadas em camionetes ou veículos tipo SUV ocorreram recentemente tanto na fronteira do Brasil com o Paraguai, quanto nos grandes centros urbanos brasileiros.

Aeronaves empregadas na segurança pública, tipicamente modelos civis de helicópteros adaptados para a função policial, vem sendo alvo desse tipo de armamento, e alguns já foram abatidos ou danificados.

A Arista Aviation entra em cena

O Sikorsky UH60 Black Hawk do modelo A, estreou no Exército dos Estados Unidos em 1979, como o substituto do Bell UH1 Huey, helicóptero que ficou famoso pela sua participação na Guerra do Vietnã e foi produzido aos milhares.

O UH60 seguiu a mesma trilha de sucesso com as Forças Norte Americanas e aliadas.

Na atualidade, existe um mercado de kits de missão e modificações que retornam uma célula aposentada de UH60, do traço A, diretamente dos estoques do US Army, para a condição de novos, recebendo no processo uma série de upgrades a preços extremamente competitivos.

Uma das empresas norte americanas que fazem esse trabalho com grande êxito comercial é a Arista Aviation, sediada em Enterprise, no Estado do Alabama. Especializada em manutenção, reparos e overhaul, a Arista Aviation já possui grande experiência no retrofit/upgrade e repasse de células do modelo Bell UH1 Huey (retiradas de serviço pelo US Army) a operadores civis por preços bastante competitivos.

A disponibilidade de células do modelo A do Black Hawk em grande número permitiu a Arista Aviation oferecer no mercado uma aeronave reformada e melhorada com recursos e capacidades similares a versão UH60M, incluindo tanques auxiliares de combustível, blindagem, sensores modernizados, painel digitalizado (glass cockpit) preparado para uso de NVG (visão noturna) e acessórios específicos para emprego na aviação de segurança pública.

Os motores são dois General Electric T700GE700 (1,318 shp de potência máxima por propulsor) completamente revisados, assim como a APU Honeywell GTCP36150.

No Brasil

Durante o evento “Encontro com Operadores de Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil”, realizado em São Paulo na Câmara de Comércio Brasil Suécia, foi feito o anúncio da entrada da Arista Aviation no mercado brasileiro, através de representante local, com a proposta de venda dos Black Hawk retrofitados sendo apresentada pelo ex comandante e fundador do CORPAER, grande unidade de aviação de segurança pública da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel da reserva PMMG Augusto Severo.

Em entrevista a Infodefensa, que acompanhou o encontro, Severo deu mais detalhes da proposta “O que nós estamos fazendo é viabilizando a compra de Black
Hawks modernizados pela Arista Aviation para as Polícias e Forças de Segurança do Brasil a preços muito competitivos. São máquinas testadas em áreas conflagradas, capacitadas para voar em zonas de exclusão aérea e preparadas para enfrentar criminosos bem armados. Um exemplar retrofitado, configurado para emprego na aviação de segurança pública (incluindo blindagem), tem um preço básico de US$ 7.500 milhões, mas estamos colocando um preço de US$ 8.500 milhões por que incluímos aí os suprimentos de aviação minimamente necessários para cinco anos de operação voando 200 horas por ano” afirma.

E em quais estados brasileiros haveria mercado para os Black Hawk da Arista Aviation?

Severo explica “O estado do Rio de Janeiro, obviamente, já demanda esse tipo de aeronave há bastante tempo, e vem realizando operações em zonas de exclusão aérea com seus Huey II, mas a falta de uma aeronave mais capaz é evidente.

São Paulo, Minas Gerais e o Pará, Estados com grande extensão territorial, vem registrando ocorrências de crimes cometidos por grupos criminosos violentos e pesadamente armados em regiões afastadas dos grandes centros. O Black Hawk, além de sua agilidade e velocidade, resistência e permanência na missão, pode transportar por longas distâncias um grupo de elite de até 16 homens e seu equipamento e armamento. É para isso que o custo do Black Hawk se justifica, operações policiais especiais de alto risco, seja no ambiente urbano ou regiões de fronteira, atuando, por exemplo, com o Departamento de Polícia Federal (outro cliente natural desse tipo de aeronave) ou nas estradas com a Polícia Rodoviária Federal, ou com os Corpos de Bombeiros no combate a incêndios florestais, transporte de tropas e pessoal especializado para ações de Defesa Civil em emergências e desastres naturais, etc”.

Mas o Black Hawk não teria um porte demasiado “grande” para alguns operadores brasileiros?

“Certamente essa é uma informação superada, vejamos os exemplos existentes nos Estados Unidos, na atualidade. Várias unidades de Polícia e Bombeiros por lá já utilizam essas aeronaves em missões de homeland security. O que precisamos entregar as nossas forças policiais são instrumentos adequadamente dimensionados para que eles possam atuar dentro do quadro que existe hoje, que é de combate pesado com uso intensivo de armamento militar, basta ver os recentes assaltos que aconteceram contra as sedes de empresas transportadoras de valores, inclusive com emprego de metralhadoras pesadas de 12,7mm, montadas em camionetes e capazes de abater aeronaves. Não é justo nós deixarmos nossos policias, que sobrevoam as grandes cidades buscando prover proteção as frações terrestres, incapacitados de responderem ao jogo dos marginais devido as limitações do material existente. Isso precisa mudar, e a proposta da Arista Aviation, que ainda precisará obter a homologação pelas autoridades aeronáuticas brasileiras, promete revolucionar esse cenário em favor das Forças de Segurança”, finaliza Severo.

FONTE: Infodefensa

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