Por Virgínia Silveira
Neste Parque, onde as principais empresas do setor estão instaladas, foi inaugurado nessa quarta-feira um Centro de Desenvolvimento de Manufatura (CDM), com equipamentos que atuam no conceito de “indústria 4.0”. O termo engloba as principais inovações tecnológicas nos campos da automação, controle e tecnologia da informação aplicadas aos processos de manufatura.
O centro – uma OS (organização social) sem fins lucrativos – é resultado de uma parceria entre Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Prefeitura de São José dos Campos (SP) e governo do Estado de São Paulo, que investiram R$ 4,3 milhões no projeto. O custo para desenvolvimento de pesquisas e projetos é menor porque os equipamentos foram doados pelo Estado e BID. Por este motivo não é necessário transferir o custo do investimento para o preço final ao cliente.
A infraestrutura tecnológica do Parque contempla ainda dois outros laboratórios de referência, nas áreas de estruturas leves, simulação e sistemas críticos. Somados, os investimentos feitos nos três laboratórios e em um novo laboratório de interferência eletromagnética, que será inaugurado ainda este ano no Parque Tecnológico, são superiores a R$ 75 milhões.
Sáfadi, que também é diretor do Cecompi (entidade que apoia o arranjo produtivo aeroespacial e de defesa local), disse que a presença de universidades e centros de pesquisas como Unifesp, Fatec e ITA tem favorecido o desenvolvimento conjunto de projetos com empresas como Embraer, Akaer, Thales Alenia, Boeing, Airbus, entre outras.
Duas empresas controladas pela Embraer, a Visiona Tecnologia Espacial (joint venture com a Telebras) e a Atech também estão instaladas no Parque. No mesmo local, a Embraer participa de projetos de pesquisa para o futuro, focados em tecnologias em estágio pré-competitivo, como sistemas de comando e controle, sistemas de comunicação satelital, sistemas para segurança pública, comandos de voo e simulador reconfigurável de engenharia e avião virtual.
“A nossa cadeia aeronáutica não tem estrutura de pesquisa e desenvolvimento como as grandes empresas. Com a infraestrutura disponível hoje no Parque, as pequenas e médias empresas poderão desenvolver novos processos e produtos de alto valor agregado que as ajudem a conquistar novos mercados”, disse Sáfadi.
Para o diretor geral do Parque, Marco Antônio Raupp, a estrutura laboratorial vai ajudar no desenvolvimento não apenas das empresas residentes ou associadas aos clusters do Cecompi, mas também de toda a região do Vale do Paraíba. O CDM, por exemplo, poderá prestar serviços nas áreas de engenharia, processos de design e manufatura. Possui máquinas de controle numérico computadorizado para usinagem complexa e impressora 3D para prototipagem rápida.
FONTE: Valor Econômico