A Rostec, corporação estatal da Federação da Rússia que desenvolve, fabrica e exporta produtos industriais de alta tecnologia para o uso civil e militar, informa que o Governo do Canadá está introduzindo sanções comerciais contra as holdings Roselektronika, Shvabe, Technodinamika, Tehmash, Technopromexport e empresas do Consórcio Kalashnikov.
O conglomerado russo esclarece que suas holdings não realizam atividades conjuntas com empresas canadenses, não fornecem produtos e nem possuem ativos no país norte-americano. As sanções comerciais, por sua vez, resultam em sérios danos sobre todas as empresas do Canadá, bloqueando assim o livre acesso ao mercado russo.
“As sanções comerciais, sejam elas contra executivos (pessoa física) ou contra as holdings listadas acima (pessoa jurídica), prejudicam as empresas canadenses, impedindo que as companhias realizem novos acordos, incluindo projetos de cooperação conjunta no mercado russo”, explica Vasily Bróvko, diretor do Departamento de Comunicação, Informação e Análise da Rostec. Apesar da decisão imposta por Ottawa, o executivo declarou que a Rostec está aberta a cooperação construtiva com as companhias do Canadá.
Na contramão, a introdução de sanções comerciais permite à Rostec ampliar as capacidades industriais, estimular a geração de programas para a substituição de importações e acelerar o processo de criação e implementação de novas tecnologias russas, além da busca por novos sócios em diferentes mercados. Atualmente a Rostec executa projetos de cooperação tecnológica em grande escala com empresas como Boeing, Airbus, Daimler, Pirelli, Aliança Renault-Nussan, General Electric, Siemens, Safran, Thales, Finmeccanica, Agusta Westland, Sagem, Rohde & Schwarz, Rolls-Royce, e STX Europe, por exemplo.
“Os acordos de cooperação são construídos por décadas e nossos sócios seguem interessados em conservar os negócios. Entendemos que temas políticos são assuntos temporais e que as parcerias firmadas com grandes conglomerados são um fator bastante estável. Nossos sócios reconhecem que os acordos influenciam diretamente na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo e acreditam que as sanções comercias não devem resultar em perdas de projetos, dinheiro e mercado”, afirma Bróvko.
Neste cenário, a América Latina, com destaque para o Brasil, surge como alternativa para a geração de projetos conjuntos que poderão, muitas vezes, serem exportados e introduzidos em países terceiros.
“A visita do presidente russo Vladimir Putin em julho de 2014 confirma a importância da região. A América Latina é um mercado – na qual a Rostec já está inserida – que cresce de forma dinâmica e com boas perspectivas. A posição do conglomerado estatal russo ampliar ativamente sua presença nos países da região, oferecendo aos sócios novas oportunidades de colaboração nas esferas civil e militar”, conclui Bróvko.