Por Luiz Padilha
Em nosso segundo dia da Press Tour Euronaval 2024, chegamos nas instalações do Naval Group em Cherbourg. Durante as apresentações, o representante da Thales destacou a importância da empresa na comunicação entre os meios navais e aéreos com novos ativos táticos.
A Thales fornece aos clientes as novas capacidades para os UAVs e USVs utilizando o sistema Geoestacionário com os satélites Eutelsat e Intelsat operando na Banda Ku, Viasat Imarsat e SES Hughes na Banda Ka. Mas existem outros que cobrem a órbita elíptica alta, a órbita da terra média e a órbita baixa da terra, ou seja, a Thales proporciona plena cobertura para seus clientes em comunicação.
As comunicações entre os meios sempre foram cruciais para uma força se impor a outra, mas sempre havia o problema de se denunciar a posição e muitas vezes se operava no escuro. Atualmente as coisas mudaram e sem comunicação, não há como se obter vantagem sobre o inimigo.
Thales DRAKON
A Thales já havia criado a sua solução DRAKON (Discrete, Resilient, Agile, Knowledgable inter Operable Network) em 2023, onde intensificou sua capacidade em operações autônomas, na defesa aérea e no suporte ao combate. Agora a Thales personaliza o DRAKON para o ambiente naval, utilizando as ferramentas: SATCOM; VHF/UHF/VLF/LF/HF e Banda Larga LOS e C a bordo dos navios soluções Wireless (5G Dome); Message Handling System (ACP123/127); COMTICS e sistema Tactical (TopLink Link 11, Link 16, Link 22 e NTDL).
A Guerra ASW
As missões de guerra antissubmarina (ASW) visam detectar e rastrear todos os ativos para a proteção tanto dos navios de superfície como dos submarinos. Para isso são necessárias ferramentas que a Thales possui e disponibiliza aos seus clientes. A busca pode ser feita atravéz de sonares de casco nos navios e nos submarinos, podendo ser feita por sonar rebocado ou atravéz de helicópteros com o sonar FLASH e com as sonobóias SonoFlash.
Sonares de casco podem trabalhar sozinhos ou em conjunto com sonares rebocados. Os sonares BlueWatcher, BlueHunter e BlueMaster, associados aos sonares rebocados da famílias CAPTAS (CAPTAS 1, 2 e 4), são equipamentos no estado da arte para a proteção de meios de superfície. Produto de sucesso da Thales, o sonar de casco BlueHunter (KingKlip MK2) é referência de sonar ativo e passivo montado no casco para missões de guerra anti submarina. O sonar BlueHunter (KingKlip MK2) foi oferecido para equipar a futura Fragata Tamandaré da Marinha do Brasil, com um detalhe importante; o mesmo seria produzido no Brasil pela Omnisys, uma empresa Thales, mas o Consórcio responsável pelo programa optou por outro equipamento.
A Thales equipa os submarinos com sua suíte de sonar submarino integrado e modular S-Cube. O S-CUBE é composto por um conjunto de sistemas que permitem a segurança permanente do submarino, seja de forma passiva ou ativa, tanto em águas profundas ou litorâneas, detectando, classificando, localizando e rastreando diferentes tipos de ameaças.
O submarino é envolto em uma “bolha de segurança”, garantindo cobertura de 360°. A Thales oferece um sonar ativo opcional de HF (Sonar de Navegação contra Minas e Obstáculos) para aumentar ainda mais a segurança, produzindo vantagem acústica para detectar antes de ser detectado. Toda esta segurança advem do processamento de vários sensores a partir de uma combinação consistente de matrizes acústicas (Planar Flank and Bow Arrays). O conjunto conta com matrizes digitais com capacidade de elevação e faixa de frequência estendida, algoritmos avançados, incluindo ferramentas de formação de feixe adaptável de alta resolução e ferramentas de processamento ASW.
O S-CUBE foi lançado em 2006, e adquirido por 3 Marinhas: Marinha do Brasil (4 sistemas na Classe Riachuelo); Marinha da Índia (P75 Program 6 sistemas) e 1 Marinha Sul-Americana (modernização de 2 submarinos Type 209).
Outra forma de atuação na guerra ASW é o uso de helicópteros equipados com o FLASH, um sonar de imersão ativo que pode operar tanto em águas rasas como profundas. O sistema FLASH da Thales permite que o sonar opere entre 300 e 750 metros sem área cega. Atualmente mais de 500 sonares FLASH operam em diferentes Marinhas, operando com todas as sonobóias padrão OTAN.
A SonoFlash, a nova versão de sonobóias da Thales, terá maior capacidade ASW ativa para operar com sensores aéreos e de superfície.
A Thales oferece a linha de produtos do Sistema de Processamento de Sonobóias BlueTracker. A capacidade de operar diferentes modos como: ativo e multiestático, passivo em Narrowband (NB), Broadband (BB), ruídos modulados (DEMON) e sinais transitórios.
A Thales oferece as variantes BlueTracker MK1, dedicado a aeronaves multifuncionais, dimensionado para processar até 16 bóias simultaneamente e o BlueTracker MK2, dedicado a aeronaves especializadas em ASW, dimensionado para processar até 64 bóias simultaneamente, em particular a SonoFlash.
Recentemente no Robotic Experimentation and Prototyping with Maritime Unmanned System (REPMUS), patrocinado pela OTAN e realizado pela Marinha de Portugal, a Thales participou com seu parceiro no programa Royal Navy Peregrine, utilizando o Schiebel S-100 para demonstrar a capacidade do sistema BlueTracker.
Guerra de Minas
A Guerra de Minas atualmente se encontra em maior evidência devido a guerra entre Ucrânia e Rússia, devido a minagem do Mar Negro pela Rússia com o intuito de evitar a navegação/exportação de produtos pela Ucrânia. A Thales possui sistemas para detecção e destruição de minas e normalmente Marinhas equipadas com esses sistemas se exercitam em conjunto utilizando da infraestrutura de contramedidas de minas (MCM), através de navios Caça Minas ou de forma autônoma.
As atividades de Contra Medidas de Minagem (MCM) podem ser executadas de forma convencional usando Caça Minas com sonar convencional, Caça Minas com sistemas não tripulados e sistemas como o Navio-Mãe, onde diferentes veículos autônomos são lançados a distância para localizar e destruir as minas.
As operações de contraminagem podem ser executadas durante as operações anfíbias (operação secreta/descarte de minas), na segurança interna (águas profundas/descarte de minas), acesso ao porto (águas confinadas/descarte de minas) e canais onde haja forte correnteza e minas à deriva.
Sistemas Thales na Fragata FDI
A Thales está presente com seus sistemas a bordo da fragata mais moderna da atualidade, a Frégate de Défense et d’Intervention (FDI), fragata encomendada pela Marinha francesa e pela Marinha da Grécia junto ao Naval Group. Concebida para substituir as fragatas classe La Fayette em complemento as fragatas já existentes (FREMM e Horizon), a fragata FDI possui equipamentos no “estado da arte”, sendo considerada uma fragata digital, e forte na área de cibersegurança, com destaque para seu radar Sea Fire da Thales.
Radar Multifunção Sea Fire
O Sea Fire é um radar multifuncional 4D AESA (Active Electronically Scanned Array) que opera na Banda S, capaz de realizar a defesa do navio contra ataques de mísseis balísticos com os misseis Aster 15/30 da MBDA. Com todos os sistemas do navio integrados ao Combat Management System (CMS) SETIS 3.0, a fragata FDI é um navio polivalente e resiliente, que pode operar sozinho ou como parte de um Grupo Tarefa com suas capacidades de combate anti-navio, antiaéreo, antissubmarino, ameaças assimétricas e projeção de forças especiais. Algumas características do radar Sea Fire:
- Alcance instrumentado: até 300 km;
- Cobertura de elevação de até 90°;
- Capacidade de rastreamento: >800 alvos aéreos e de superfície
Eletrocnic Warfare (EW)
Existem muitas soluções para abordar, pois a Thales é uma empresa com um portfólio gigante e procuramos nos ater ao que foi apresentado na Press Tour Euronaval 2024.
O Defesa Aérea e Naval estará presente na Euronaval 2024 e pretendemos trazer mais novidades da Thales para nossos leitores.