O outro lado – Construtora não terá tecnologia, diz estatal

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Por Julio Wiziack

SÃO PAULO – A Amazul, companhia de projetos da Marinha, afirmou que o conselho de administração aprovou a parceria com a Odebrecht após discussões que modificaram o acordo de acionista, apedido da estatal, com o qual a empreiteira concordou plenamente. A Marinha não se decidiu sobre o assunto porque ainda depende de parecer de outros ministérios, mas poderá se basear em decisões e sentenças do Poder Judiciário.

A Amazul confirmou que a ODT apresentou a minuta inicial do acordo de acionistas, como revelado pela Folha. A reportagem já tinha solicitado o documento via Lei de Acesso à Informação, mas a empresa se recusou a entregá-lo porque o “processo decisório está em curso”.

“A proposta da ODT foi reformulada de acordo com os interesses da Amazul e da Marinha”, disse, em nota. Também foi confirmada pela Amazul que a proposta inicial previa exclusividade na prestação de serviços para o governo brasileiro.

“Essa pretensão não foi aceita porque viola a Lei de Licitações”, disse.

A empresa negou que essas mudanças tenham sido feitas em decorrência da Lava Jato e disse que a demora pela decisão se deve à cautela da Marinha, que está analisando “os aspectos de oportunidade em face da conjuntura atual”.

A Amazul afirmou que a legislação prevê que a estatal possa participar como acionista minoritária de outras empresas para atuar como “empresa de fomento à Base Industrial de Defesa”.

Diferentemente do que pensava o representante do Ministério do Planejamento na Amazul, a estatal não considera que a Próton seria uma concorrente. “Muito pelo contrário. Espera-se que ela seja complementar, porque seria uma empresa privada atuando no mercado de defesa de forma ágil e flexível.”

A Amazul seria um dos sócios, colaborando para o “desenvolvimento de tecnologias e gerenciamento de projetos e processos necessários ao Programa Nuclear Brasileiro, o Programa Nuclear da Marinha e o de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub)”.

A empresa reafirma que as atividades nucleares não serão objeto da Próton, o que é vedado pela Constituição a empresas privadas. “Em nenhum momento, a Amazul decidiu abrir mão da posse da tecnologia do submarino nuclear. A Odebrecht foi informada, desde o início, de que não haveria transferência de tecnologia nuclear e nem de propriedade intelectual da tecnologia nuclear da Marinha para a Próton.”

A Odebrecht e o Comando da Marinha não comentaram.

FONTE: Folha de São Paulo

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