Por Victor Gaspar Filho
O governo norte-americano, por meio da U.S. Customs and Border Protection, adquiriu um sistema de defesa antiaérea contra veículos aéreos não-tripulados (VANT). O contrato de US$ 1,2 milhão firmado com a empresa Citadel abrange o fornecimento de 6 sistemas Titan Counter Drone.
A iniciativa tem como propósito a interceptação de drones que adentrem território estadunidense através da fronteira com o México. A tecnologia adquirida é capaz de emitir um sinal numa zona com raio de 3km para monitoramento, identificação e proteção contra VANT, podendo assumir seu controle e pousá-los em até 3 minutos. Medidas eficazes de defesa anti-drones são empreendidas no campo da guerra eletrônica, com a emissão de sinais capazes de neutralizar o poder ofensivo desses meios e têm sido investimento de alta prioridade do governo estadunidense.
São de particular importância para minimização dos danos provocados por destroços no caso de abatimento desses veículos, especialmente em centros urbanos. Um outro sistema empregado por forças estadunidenses é o Marine Air Defense Integrated System, do Corpo de Fuzileiros Navais. Trata-se de um sistema terrestre móvel dotado de radares e sensores eletro-ópticos que possui diversas variedades móveis e estáticas.
As medidas de segurança contra VANT estão sendo buscadas com atraso pelo grau de danos já ocasionados por esses meios. Notadamente, o fechamento do aeroporto de Gatwick, no Reino Unido, em 2018, por conta da presença de um drone particular; o uso de VANT numa tentativa de atentado contra o presidente venezuelano; o emprego desses meios pelo grupo terrorista Boko Haram, na Nigéria; e na guerra civil do Iêmen.
A relevância do investimento se dá num momento de progressiva redução do montante necessário para a aquisição de VANT e pela facilidade do controle desses meios por grupos não estatais e insurgentes, como cartéis de drogas, grupos terroristas ou particulares. A regulação do espaço aéreo não se mostra eficaz para a negação do uso do VANT, em especial após os ataques ocorridos nas instalações sauditas de refino de petróleo em setembro passado. VANT de pequeno e médio portes são notoriamente preocupantes em virtude de seus preços reduzidos, bem como pela dificuldade de detectálos, muito em função da baixa altitude de seus voos e do tamanho e continuam a ser uma séria ameaça.
FONTE: Boletim Geocorrente