Após a inauguração do Prédio Principal do Estaleiro de Construção, em Dezembro último, a obra do Prosub EBN, em 2015, estará direcionada para o término dos prédios de apoio deste Estaleiro, com entrega prevista para o final deste ano, e, paralelamente, para o desenvolvimento da Base Sul e do Estaleiro de Manutenção, com término em 2017, quando a Marinha lançará ao mar, o primeiro submarino convencional do PROSUB.
Com a evolução do programa, a construção do empreendimento se torna mais complexa, em face das implicações inerentes ao Complexo Radiológico, em contrapartida, o gerenciamento da obra se aprimora para a condução de várias frentes de trabalho simultaneamente. Trata-se de um processo de melhoria contínua implementado desde o início da obra, no qual, a cada etapa, os parâmetros e as ferramentas adotados são avaliados e se necessário, readequados, para as novas demandas e desafios do programa.
Fabio Gandolfo, Diretor Superintendente da Odebrecht Infraestrutura, assinala que, entre a entrega da UFEM e do Prédio Principal do Estaleiro, as atividades da Odebrecht se direcionaram para dois pontos essenciais: a continuidade das obras convencionais – Estaleiros e Base – e o desenvolvimento das bases para o início das obras do Complexo Radiológico. “Neste período, dois fatores contribuíram para a obtenção de melhores resultados: um, na esfera do projeto, em face de uma integração maior entre a Marinha, a cliente e empreendedora do PROSUB, a Odebrecht, a construtora do EBN, e a DCNS, a responsável pela transferência de tecnologia; e outro, no campo construtivo, com a concentração de todas as obras na área Sul do empreendimento, o que possibilitou a reorganização da estrutura gerencial, tornando-a mais ágil e eficiente.”
Na Área Sul, a obra das instalações convencionais inclui:
– a construção dos prédios de apoio que junto com o Estaleiro de Construção, formarão um complexo industrial com 22 mil m² de área construída e capacidade para construir, simultaneamente, dois submarinos convencionais ou, um convencional e um com propulsão nuclear;
– a Base Sul, destinada ao Comando da Força de Submarinos, é composta por vários prédios, cuja obra, em 2015, estará inicialmente concentrada no edifício que abrigará os simuladores;
– o término das obras marítimas para a instalação do shiplift (o elevador de embarcações) e execução dos píeres e docas, com capacidade de atracação para 10 submarinos, sendo 4 convencionais e 6 com propulsão nuclear, além de embarcações de apoio;
– e, em uma fase posterior a estas prioritárias, o término da Base Naval e a construção do Estaleiro de Manutenção.
“Para maior equilíbrio do Programa e em face do atendimento de algumas demandas mais urgentes do planejamento da Marinha, o prédio para os simuladores e o edifício principal da Base serão construídos antes do Estaleiro de Manutenção”, expõe Fabio Gandolfo. “Todos os projetos referentes a estas áreas estão praticamente prontos, o que sem dúvida nos assegura melhores condições para o planejamento da obra.”
O Superintendente Fabio Gandolfo observa que além da obtenção do submarino com propulsão nuclear, que constitui o objetivo principal do PROSUB, outros produtos de grande valor são gerados ao longo do programa, entre estes, o conhecimento, especialmente aquele decorrente da transferência de tecnologia para a Marinha e para os profissionais envolvidos com o programa e do processo de nacionalização da obra e da construção dos submarinos, envolvendo uma infinidade de empresas brasileiras de diferentes portes e capacidade produtiva.
As ferramentas da gestão
No processo de melhoria contínua do gerenciamento da obra, os sistemas integrados constituem ferramentas fundamentais para o planejamento e a execução do projeto. No Prosub EBN, um empreendimento de grandes dimensões e de longa duração, as ferramentas gerenciais adotadas pela Odebrecht, e aperfeiçoadas ao longo dos 70 anos de história do Grupo Odebrecht, possibilitam uma avaliação diária e um acompanhamento contínuo de todas as atividades da obra.
Entre estas, o SisEPC, um sistema adotado há décadas pela Odebrecht, o qual implementa uma metodologia de gerenciamento, planejamento e construção para contratos na modalidade EPC – Engineering, Procurement and Construction. O SisEPC reúne dados do empreendimento desde o ‘nascimento’ do projeto até a execução de tarefas no canteiro, passando por diversas áreas, entre estas, o planejamento estratégico e tático; o acompanhamento gerencial do projeto; a procura e a aquisição de materiais e equipamentos para a execução das atividades e operação do empreendimento; e, a programação de execução das atividades na obra.
Complementando este sistema, a empresa adota o programa “Primavera”, uma ferramenta de planejamento que alia o cronograma e as atividades da obra às tarefas associadas, tais como, cotação de preços, autorização de fornecimento, liberação de projetos, produção de insumos no canteiro, entre outras.
O alto nível de detalhamento de todas as atividades da obra, obtido por meio deste sistema integrado, permite o acompanhamento do empreendimento em tempo real e diário, assegurando assim, um controle confiável e eficaz do andamento físico da obra e de todos os processos envolvidos em seu desenvolvimento.
Fabio Gandolfo aponta ainda que, para a Odebrecht, mais do que as ferramentas gerenciais, a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) consiste no verdadeiro diferencial da atuação da empresa no empreendimento, perante o cliente e a sociedade. “A TEO reúne os princípios básicos de nossa cultura empresarial, os quais norteiam as ações de todos nós, independente do contrato, do país ou do contexto cultural em que atuamos. Os conceitos que integram a TEO, tais como, a descentralização e delegação planejada, criam as condições adequadas para que consigamos atender o cliente e as demandas do contrato com transparência, agilidade e eficácia.”
A gestão da qualidade
Em 2015, além do término da obra do Estaleiro de Construção, as atividades do Prosub-EBN estarão voltadas para a conclusão do projeto básico e do processo de licenciamento do Complexo Radiológico. Os projetos e a construção deste setor nuclear diferenciam-se das áreas convencionais do EBN sob vários aspectos, entre estes, a origem das informações para elaboração dos projetos; o processo de licenciamento; e, o nível de qualidade e de segurança, No primeiro ponto, diferentemente das áreas industriais convencionais do EBN em que as informações foram fornecidas pela DCNS, a elaboração do projeto do Complexo Radiológico estará pautada nos dados e especificações repassados pela Marinha, a detentora da tecnologia nuclear e responsável, inclusive, por meio do CTMSP – Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, pela elaboração do projeto conceitual da área nuclear do EBN.
Na esfera do licenciamento ambiental, em se tratando de uma área nuclear, todo o processo é licenciado pela CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear que também realiza o acompanhamento permanente da execução desta área do empreendimento, por meio de relatórios e visitas periódicas à obra. E, no âmbito da qualidade e da segurança, além do atendimento às normas nacionais e internacionais, o grande diferencial do projeto e construção do Complexo Radiológico do EBN está no fato precursor de se tratar do primeiro estaleiro no Brasil, especialmente construído e destinado à fabricação de submarinos com propulsão nuclear, pois diferentemente de uma central nuclear, como Angra, em que o reator é fixo, no Prosub-EBN, o reator estará no submarino, requerendo, portanto, a aplicação de novos conceitos e padrões de segurança e qualidade.
*Neste campo, todos os procedimentos são exaustivamente estudados, planejados e controlados, tornando, inevitavelmente, mais lentas, todas as fases de projeto e execução da obra. “Estamos desenvolvendo a base para a construção do Complexo Radiológico. O projeto conceitual será elaborado pela Marinha, exceto o de obras civis, e a partir deste, a Odebrecht passará ao desenvolvimento do projeto básico e de detalhamento da parte civil; na parte industrial, o projeto básico fica a cargo da Marinha e o detalhamento, da Odebrecht”, expõe Fabio Gandolfo.
“Trouxemos pessoas experientes e maduras da própria Odebrecht, que participaram do empreendimento de Angra, que somadas a outros profissionais especializados contratados no mercado pela empresa, compõem nossa diretoria da área nuclear do Prosub-EBN. Esta equipe tem como missão, elaborar e construir, junto com a Marinha, a base sólida para o Complexo Radiológico do EBN.”
FONTE:TechnoNews
NOTA DO EDITOR: * Grifo nosso. Existe uma enxurrada de emails e comentários cobrando maior velocidade tanto para a obra, quanto para a construção dos submarinos convencionais e o nuclear. Então, cabe enfatizar que tanto a MB quanto a Odebrecht estão trabalhando juntas em total sintonia e que a SEGURANÇA está como prioridade 1. O texto é rico em detalhes e esperamos que nossos leitores possam absorver, que construir o primeiro, seja ele convencional ou nuclear, é um desafio enorme, onde a pressa é o maior inimigo do sucesso.