O Sistema Grad, que substitiu os lendário Katiusha, será trocado pelo moderno e potente Tornado. A novidade foi apresentada a imprensa pela primeira vez na base de lançamento e desenvolvimento de mísseis Kapustin Iar em setembro de 2011, e de la para cá o projeto está em franco desenvolvimento.
O Tornado supera os seus antecessores em praticamente todos os indicadores: alcance e densidade de disparo, precisão e potência da unidade de combate, possui um sistema de orientação por satélite, onde a probabilidade de não acertar o alvo é reduzida significativamente.
Além disso, pode deixar a sua posição antes do primeiro projétil lançado ter atingido o solo, e quando o último projétil explode, o próprio carro pode já estar longe do local de onde efetuou o lançamento.
O sistema Tornado permite instalar no mesmo veículo, vários blocos de lançamento de diferentes calibres em uma plataforma com lançadores emparelhados, pode ser colocados foguetes de 122 mm, 220 mm e 300 mm, dependendo das tarefas a serem efetuadas no campo de batalha.
Isso quer dizer que, uma mesma viatura pode vir a se tornar uma base universal para todos os tipos de foguetes da artilharia utilizados pelas forças terrestres do Exército, sendo que os próprios foguetes também são da nova geração.
Pela primeira vez, os lançadores múltiplos de foguetes irão trabalhar com projéteis teleguiados, o que permitirá, a distâncias consideráveis, atingir não apenas áreas, mas alvos inimigos específicos.
No futuro, considera-se ainda a possibilidade de alojar estas plataformas, nas bases de mísseis táticos e de cruzeiro, bem como virem a ser lançadores para veículos aéreos não tripulados.
Os especialistas militares acreditam que, se os sistemas de lançadores múltiplos de foguetes do Tornado e de mísseis táticos Iskander forem utilizados juntos, serão capazes de executar tarefas de combate que hoje exigem significativo esforço e meios da artilharia de foguetes.
É possível que já em 2015 essa conjunção se torne operacionais nas bases das tropas de mísseis e da artilharia das forças terrestres.
Além da fama
Hoje em dia, os lançadores múltiplos de foguetes russos gozam de não menos popularidade do que o rifle Kalashnikov. Mas poucos sabem que, após a Grande Guerra Patriótica (como é conhecida a Segunda Guerra Mundial na Rússia), a União Soviética teve a intenção de parar com a produção dos foguetes de artilharia, apesar das glórias do Katiusha.
Durante a Grande Guerra Patriótica, a União Soviética se tornou líder mundial na criação de sistemas de lançamento múltiplo de foguetes. Dignos sucessores da Katiusha foram os sistemas Grad, Smertch e Uragan.
Todos eles trabalhavam com um só calibre, por exemplo, o Grad só podia disparar projéteis de 122 milímetros, o Smertch, de 220 mm, e o Uragan, de 300 mm.
Em 1957, o desenvolvedor de armas Aleksandr Ganitchev teve muito trabalho para fazer reviver e defender a ideia dos sistemas de lançadores múltiplos de foguetes.
O sistema Grad foi colocado ao serviço do Exército cinco anos depois. Em 1969, durante o conflito fronteiriço sino-soviético, deu-se o primeiro uso em combate dos então ainda secretos sistemas.
O efeito foi ainda mais impressionante do que da primeira aparição do Katyusha na Batalha de Moscou, em 1941. O Grad foi reconhecido como sendo o sistema de lançamento múltiplo foguetes mais eficaz do mundo.
FONTE : Gazeta Russa
ADAPTAÇÃO : Defesa Aérea & Naval