Os governos de Brasil e Estados Unidos fecharão acordo militar inédito que, se explorado em sua totalidade, poderá ajudar a abrir o maior mercado de defesa militar do mundo à indústria nacional. O acordo, conhecido pela sigla RDT&E (sigla inglesa para pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação), será assinado na semana que vem, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Miami.
Atenta a estes movimentos, a empresa brasileira de base tecnológica NEGER Telecom, integrará a missão empresarial que estará nos Estados Unidos para o Seminário Empresarial Brasil-EUA, que acontecerá em Miami, nesta segunda-feira (9/3), logo após a assinatura do acordo pelo presidente. “Nossa ideia é buscar no âmbito do acordo RDT&E a viabilidade para desenvolvimento conjunto de parcerias em projetos de pesquisa e desenvolvimento em áreas da engenharia demandantes de capital intensivo, onde localmente não conseguiríamos ter acesso ao estado da arte da tecnologia”, pontua Eduardo Neger, cofundador e diretor da empresa.
Apesar de pequena quando comparada ao porte das gigantes do setor de defesa norte-americano, a NEGER Telecom tem se destacado em nichos de mercado bastante específicos como engenharia de radiofrequência e inteligência espectral. Desenvolveu com apoio da FINEP e do CNPq a Plataforma Brasileira de Bloqueio de Sinais de Radiocomunicações, sistema capaz de bloquear telefones celulares em áreas de segurança, como presídios e bases militares. Este sistema é hoje utilizado em mais de 30 unidades prisionais no Brasil.
A aposta da empresa são os sistemas de proteção do espaço aéreo contra drones hostis. Estes dispositivos monitoram e impedem que drones não autorizados invadam áreas de segurança como aeroportos, presídios e áreas militares. A NEGER Telecom já implementou esses sistemas nos três principais aeroportos do Brasil (Guarulhos, Congonhas e Galeão), além de centros de distribuição, mineradoras, presídios e nas bases da multinacional norte-americana Brink´s, uma das maiores empresas de logística segura do mundo que também investiu em um spin-off da empresa.
O trabalho da empresa ganhou destaque no ano passado durante a tragédia de Brumadinho. A NEGER Telecom realizou voluntariamente o monitoramento, detecção e alerta de drones não autorizados na área do desastre, proporcionado maior segurança para os helicópteros dos bombeiros e equipes de resgate. Desenvolveu também sistemas autônomos de alerta para zonas de auto salvamento próximas as barragens, já em operação em usinas hidrelétricas em Minas Gerais.
Outra façanha recente da engenharia da empresa foi a instalação de seu sistema de proteção do espaço aéreo contra drones hostis para proteção das eclusas do Canal do Panamá, incluindo um avançado sistema capaz de neutralizar drones a grandes distâncias.
Os EUA concentram 39% do gasto militar global. O principal fundo norte-americano da área de defesa somou US$ 96 bilhões (US$ 432 bilhões) no ano passado. O país aplica 29% de seu orçamento militar, o maior do mundo no ano passado com US$ 684,6 bilhões (R$ 3 trilhões) em investimentos: compra de equipamento, pesquisa e desenvolvimento. “Acreditamos que já temos hoje produtos bastante eficientes, que, modéstia à parte, cumprem muito bem sua missão a custos muito baixos e sem nada a dever a seus pares internacionais. Novas parcerias poderão certamente nos proporcionar o acesso aos mercados globais”, acrescenta Neger.
Sobre a NEGER Telecom: A NEGER Telecom é uma empresa brasileira de base tecnológica fundada em 1987 em Campinas-SP. Atua nos mercados de Telecomunicações, Internet, Radio e Sistemas de Defesa e Segurança, com destaque nas áreas de engenharia de radiofrequência e inteligência espectral.