Ministro da Defesa vê Embraer e Boeing mais próximas

Por Fabiola Moura e Samy Adghirni

A Boeing e a Embraer estão mais perto de um acordo após meses de negociações, disse o novo ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, abrindo a porta para a segunda grande aliança entre as principais fabricantes de aviões do mundo em seis meses.



As empresas continuam conversando e “estão se aproximando” de um acordo, disse o ministro em entrevista ontem em uma feira de segurança em São Paulo. “Eu diria de forma resumida que isso dá casamento”, afirmou Silva e Luna, que assumiu o ministério há seis semanas.

Os comentários marcaram uma mudança de tom no Ministério da Defesa, que tem sido cauteloso sobre um acordo por causa do papel da Embraer como uma das principais empresas inovadoras brasileiras e um fornecedor crucial de tecnologia militar.

No lado comercial, uma aliança com a Boeing ampliaria uma mudança no setor que começou em outubro, quando a Airbus concordou em assumir o controle do programa de jatos C-Series da canadense Bombardier. Os C-Series concorrem com os aviões E2 da Embraer que estão estreando neste ano. As empresas não quiseram comentar as declarações do ministro.

Silva e Luna disse que os detalhes do que seria uma aliança entre a Embraer e a americana Boeing ainda não estão claros. “Não me pergunte o tipo de casamento, se é com comunhão total de bens, comunhão parcial de bens ou separação de bens”, disse.

Uma opção em discussão é uma joint venture que incluiria os jatos comerciais da brasileira em vez de sua aquisição total. Mas uma definição também precisa tratar das outras unidades da empresa, disse Silva e Luna, citando o acordo de marketing dos aviões de transporte militar KC-390 que a Embraer tem com a Boeing. “Este é um dos potenciais ganhos para a Embraer”, disse ele. “A Boeing pode facilitar a comercialização do KC-390. A Boeing pode oferecer isso. Então, nessas conversas, isso é um facilitador”, afirmou.

As discussões entre as empresas e o governo brasileiro estão indo muito bem, disse o presidente da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, a repórteres no dia 4 de abril, durante cerimônia de entrega do primeiro jato E190-E2 para a companhia aérea norueguesa Wideroe, em São José dos Campos. “É uma operação complexa e todas as partes precisam estar confortáveis”, disse o executivo. Souza e Silva disse não ter certeza de que um acordo possa ser alcançado no primeiro semestre do ano, como as empresas anteriormente esperavam.

FONTE: Valor
FOTOS: Ilustrativas



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