Anúncio foi feito durante visita de ministro a Tabatinga na quarta-feira (18). Ministro não informou quando cidades do Amazonas serão contempladas.
Por Rôney Elias
O primeiro local a receber esses investimentos será Dourados, em Mato Grosso do Sul. Na quinta-feira (19), a comitiva do ministério estará nesta cidade. A previsão é de que outras fronteiras sejam atendidas progressivamente. O ministro não informou quando localidades do Amazonas serão contempladas.
A comitiva de Jungmann desembarcou em Tabatinga às 17h30 (horário de Brasília). O ministro participou de uma apresentação sobre a região de fronteira. À noite, ele participou de uma coletiva de imprensa. Jungmann comentou o envio de militares aos presídios do Amazonas e de outros estados.
“Esse trabalho desenvolvido pelas Forças Armadas é vital para a segurança das nossas fronteiras, mas também é vital para a tranquilidade e redução da violência das nossas cidades”, comentou o ministro.
Segundo o ministro, as Forças Armadas devem intensificar operações surpresa na Amazônia ainda no início de 2017. “[O objetivo] é tentar diminuir ou tornar mais difícil a entrada de drogas pela rota do tráfico nas fronteiras”, afirmou.
A possibilidade de envio dos militares foi anunciada pelo governo na terça (17), em razão da crise no sistema carcerário de todo o país.
Nesta quarta, o Amazonas pediu ao Govermo Federal o envio das Forças Armadas.
Ao longo das últimas semanas, várias rebeliões foram registradas, com mortes e fugas de presos. Só no Amazonas, 64 presos morreram na primeira semana do ano. As ocorrências foram atribuídas à disputa entre facções.
“Com relação à disputa de gangues pelo controle da produção, da distribuição e do consumo, ela se inicia na tríplice fronteira e em outros lugares distantes e ermos, e particularmente precisamos contar com a cooperação da Justiça, Ministério Público, policiais e Forças Armadas para que a gente venha vencer essa batalha”, disse o ministro.
Militares em presídios
A atuação das Forças Armadas nos presídios brasileiros foi determinada a partir de um decreto assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira. De acordo com o texto do decreto, as ações vão visar a “detecção de armas, aparelhos de telefonia móvel, drogas e outros materiais ilícitos ou proibidos”.
Na terça-feira, Jungmann afirmou que não haveria contato direto entre os militares e os presos nas operações. Ele explicou que as varreduras serão periódicas e acontecerão “de surpresa”. Caberá ao governador de cada estado concordar com as operações nos presídios pelos quais for responsável.
“As Forças Armadas não vão lidar com os presos. Esse papel vai ficar com as polícias e com os agentes penitenciários”, afirmou.