De acordo como coordenador da implantação do complexo espacial em Minas Gerais, Comandante Manco Antônio Sala Minucci, o complexo é composto por várias partes e de universos distintos sendo elas a indústria, os centros de pesquisas, a academia e o governo.”É muito complicado fazer com que esses setores se entendam, o condomínio temático facilitará esse diálogo e promoverá a sinergia entre esses setores. Será um fórum participativo, vamos ter algo que mantenha esses parceiros todos conversando e integrados para que ocorra a inovação”, explicou. Ainda segundo o comandante Sala, a decisão de montar o complexo também foi tomada com o objetivo de “livrar Minas Gerais das commodities e oferecer variedade para o mercado internacional”.
O presidente da Fiemg, Olavo Machado, reforçou a importância da integração entre indústria e academia. “Estamos criando em Minas oportunidades e mercado de tecnologia e informação onde o apoio da academia para indústria é de extrema importância”, disse.
O Complexo Aerospacial de Minas, será composto por cinco polos, e trará ao estado a primeira Aerotrópolis do cone sul, que transformará o Aeroporto Tancredo Neves em uma vasta cidade-aeroporto e um dos principais portos de entrada e saída do Brasil. Além disso, o complexo consolida os polos de no sul de Minas, no Triângulo Mineiro, na Região Central do Estado e na Região Metropolitana de Minas Gerais. Em Itajubá, sul de Minas, será instalado o Centro Nacional de Tecnologia para Helicópteros, Tupaciguara, no Triângulo, está instalada a matriz da Axis Aeroespacial, empresa que atua em projetos aeroespaciais como o desenvolvimento da aeronave civil Tupã, em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, será criado o Centro de Tecnologia e Capacitação Aeroespacial, em Uberaba, triângulo mineiro, será estruturado um centro, como uma Organização Social, para o desenvolvimento de turbinas a gás e tecnologias associadas e em Diamantina, região central do estado, será abrigado um centro de reciclagem e desmanche de aeronaves e um laboratório de biocombustíveis para uso na indústria aeroespacial.
O diretor da Axis Aeroespacial, Daniel Carneiro comentou o que acredita no projeto, “Quando todos perceberem que com essa união todo mundo tem a ganhar, o Estado, o país, todos os meandros que envolvem, isso vai funcionar”, declarou. De acordo Carneiro, é muito complicado no Brasil conseguir recursos dos governos por causa da burocracia. Para ele esse é um dos maiores problemas que eles enfrentam para a conclusão do projeto do Tupã. “É tão complicado que estamos conversando com empresas privadas para nos apoiar. Já recebemos propostas dos Estados Unidos, da Europa e de outros estados do Brasil, mas estamos dando prioridade para empresas mineiras”, contou.
Entre representantes de empresas, estavam presentes no evento, o diretor da Helibrás, Vitor Coutinho que apoia a ideia e contou que para 2020 a empresa espera conseguir fabricar um helicóptero 100% nacional. O gerente-geral da Indústria de Aviação e Serviço (IAS), Eliseu de Alcântara contou que a empresa está disposta a ajudar no que for possível para o projeto do complexo. Ele contou que a empresa pretende montar um motor de reação totalmente nacional para equipar turbinas de aeronaves. Sobre os negócios da empresa, Alcântara disse que com a compra da Federação de 20 helicópteros russos, a IAS enviará aproximadamente dez engenheiros para o país onde estes serão treinados para fazer a manutenção nos motores das aeronaves. “Esse contrato nos rendeu 50 milhões de dólares”, declarou. Quanto ao faturamento da empresa, Eliseu disse ser confidencial mas afirmou que o crescimento anual foi de mais ou menos 33%.
FONTE: R7