Militares brasileiros se preparam para integrar missão de paz no Haiti

O 23º contingente se prepara para integrar a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti
O 23º contingente se prepara para integrar a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti – Foto: Gilberto Alves

Brasília, 28/07/2015 – Os integrantes do 23º contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) participam, durante esta semana, de uma série de palestras e atividades preparatórias no Ministério da Defesa (MD), em Brasília (DF).

O objetivo é familiarizar os militares brasileiros sobre a conjuntura econômica, política, social e cultural do país caribenho, além de apresentá-los a assuntos de logística, inspeção sanitária, entre outros. Eles atuarão em ações de patrulha e apoio à população ainda este ano no Haiti.

O chefe de Operações Conjuntas do MD, almirante Ademir Sobrinho, abriu o evento, desejando boa sorte a todos no cumprimento da missão. Em seguida, foi a vez do subchefe de Operações de Paz, brigadeiro Tarcisio Veloso, fazer a primeira apresentação do dia. O brigadeiro reiterou que o compromisso dos que fazem parte da Minustah não deve ser só com a farda que ostentam. “O meu amor à Força Aérea não pode ser maior que o de prover os meios necessários para quem quer que seja. Meu uniforme é azul, mas é também verde e cinza”, exemplificou.

Veloso falou, ainda, sobre a estrutura do MD e as atribuições da sua subchefia. Destacou também que a principal preocupação a ser levada em conta na missão é com a proteção dos civis. “Se a população não estiver segura, nós não temos mais o que fazer. Essa é a responsabilidade de vocês e vocês tem que passar isso para a tropa”, completou.

Após a etapa de reuniões no Ministério da Defesa, os militares participarão de um curso no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), localizado no Rio de Janeiro. A instituição prepara brasileiros e estrangeiros para missões no exterior.

O novo contingente contará com 970 homens do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (Brabat) e da Companhia de Engenharia (Braengcoy). A tropa estará sob a coordenação do coronel do Exército Ricardo Pereira Araujo Bezerra. É a primeira vez que o novo comandante passará pelo Haiti.

Rodízio

As trocas entre os contingentes são realizadas a cada seis meses. O grupo que está em preparação iniciará o rodízio no dia 12 de novembro e assumirá em 3 de dezembro a Minustah.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, desejou êxito aos integrantes do 23º contingente. “Os senhores estão representando o Brasil. Competência vocês têm, cabe agora exercer a confiança que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica depositam em vocês”, enfatizou.

Segundo o general, em suas oito idas ao país, pôde perceber a evolução dos oficiais e praças empregados no local. “A tropa está muito bem. Evoluímos para melhor e ao final do período vemos que contribuímos positivamente”, afirmou.

Características

O Haiti é, atualmente, a nação mais pobre do hemisfério ocidental. Possui 10,3 milhões de habitantes (80% deles vivem em extrema pobreza e 80% abaixo da linha de pobreza). Desse total, cerca de três milhões estão concentrados na capital Porto Príncipe. O país sofre com a falta de investimento e infraestrutura.

Por meio da Minustah, o Brasil atua no Haiti desde 2004. Após o terremoto, em 2010, que dizimou as ruas da capital e deixou mais de 200 mil mortos, o auxílio foi intensificado, principalmente em atividades de retirada de escombros, construção de estradas, distribuição de alimentos e água potável.

FONTE: Ascom

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