Um megaprograma de capacitação profissional no setor aéreo, que vem sendo formulado desde o ano passado, terá seu pontapé inicial nas próximas semanas. Ele vai começar de forma relativamente tímida, mas o governo diz que esses primeiros passos constituem uma espécie de embrião do “Prominp da aviação”, em referência ao bem-sucedido programa de formação de mão de obra na indústria de petróleo e gás.
No futuro, estão previstas ações que envolvem a qualificação de profissionais em várias áreas, como aeronautas (tripulantes), aeronavegabilidade (mecânicos de manutenção) e a indústria de manufatura aeronáutica (sobretudo engenheiros).
“Não identificamos gargalos que requeiram medidas emergenciais, mas esse é um pilar estratégico do planejamento que estamos adotando no setor”, diz a secretária de Navegação Aérea da Secretaria de Aviação Civil, Clarice Bertoni, principal responsável pelo novo programa.
O ponto de partida do projeto de capacitação de recursos humanos para a aviação civil ocorre com duas ações, de forma mais modesta, a partir de julho. A primeira envolve a formação de bombeiros e brigadistas que possam lidar com equipamentos anti-incêndio em aeródromos com voos regulares, fora da rede da Infraero, onde a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já identificou um déficit de aproximadamente mil profissionais.
Com recursos do FNAC, o fundo alimentado pelo pagamento de outorgas dos aeroportos recentemente transferidos à iniciativa privada, a capacitação de 580 bombeiros receberá investimentos de R$ 4 milhões em 2013. Em 2014, mais R$ 5 milhões a R$ 6 milhões serão aplicados, a fim de formar pessoal até julho. Os cursos vão ser ministrados pelo Comando da Aeronáutica.
A outra iniciativa visa dar suporte ao programa de investimentos em 270 aeroportos regionais, anunciado no fim do ano passado, que conta com mais de R$ 7 bilhões em investimentos. A Secretaria de Aviação Civil, em parceria com a Infraero, fará oito rodadas de capacitação básica para gestores de aeroportos. O alvo são potenciais administradores de aeroportos mantidos por governos estaduais e municipais. Com cursos de 40 horas-aula, o investimento previsto é de R$ 1,6 milhão, entre 2013 e 2014.
FONTE: Valor Econômico