A Zona Franca de Manaus quer atrair indústrias de peças navais, e a Korea International Trade Association fez acordo para troca de tecnologia. O presidente do Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, se encontrou com dirigentes do Uruguai, que pretendem assinar parcerias com os brasileiros. Nesta quarta-feira, Rocha recebeu dirigentes da fabricante de motores Daihatsu, do grupo Toyota, que já fornece motores para o Brasil. Fala-se em possível fábrica no Rio.
Na oportunidade, Máximo Alves, do grupo UTC, garantiu não haver possibilidade de insucesso na construção de navios-sonda no Brasil, pois os estaleiros contam com tecnologia de primeira linha. Nada menos de quatro grandes grupos japoneses já investem na construção naval brasileira e, nos últimos dias, foram intensificados contatos, que poderão resultar na entrada de acionistas japoneses em empreendimentos nacionais. No momento, a Ishikawajima tem participação no pernambucano EAS; a Kawasaki no estaleiro Enseada (BA); a Toyo no EBR e a Mitsubishi no ERG, esses dois últimos localizados no Rio Grande do Sul. A partir de relatos positivos desses quatro investidores, outros grupos poderão desembarcar no país.
Sobre competitividade, Rocha destacou que o Brasil se ombreia com a Europa e tem custo 30% superior ao dos asiáticos – mas frisou que nosso câmbio está contido e que ninguém sabe qual o grau de subsídio de coreanos e chineses. O Sinaval enviará documento aos presidenciáveis, mostrando não só a necessidade de se preservar as encomendas aos estaleiros, como citando a importância de se ter marinha mercante brasileira, que encomende navios no país. Em relação à necessidade de o Brasil escolher um ou outro tipo de navio para ser competitivo, Rocha contestou, dizendo ser sugestão de neófitos. Explicou que há estaleiros especializados em petroleiros, em barcos de apoio, em navios de gás, plataformas e navios-sonda, e que a construção naval deverá continuar com múltiplas opções para os clientes.
Porto do Rio
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauro Borges, criticou empresários. Afirmou que houve grande esforço do governo, especialmente da Polícia Federal e Receita Federal, mas que os usuários não usam, como deveriam, o turno da noite do Porto do Rio.
– Houve pressão em favor do Porto 24 horas, mas, pelo menos no Rio, o movimento é muito pequeno.
Sobre a indústria, constatou o envelhecimento do parque fabril, em geral:
– A média de nossos equipamentos é de 17 anos, contra sete a oito anos dos principais concorrentes – disse.
Afirmou que, ao ser lançado, o Siscomex foi um dos instrumentos mais modernos na área tributária, mas que está defasado e precisa ser atualizado.
Barcos de apoio
Uma fonte esclarece que, na sétima licitação de barcos de apoio feita pela Petrobras, foram classificadas seis propostas e afastadas 22. A crítica do setor é a de que a estatal pretende, assim, usar 22 barcos estrangeiros velhos, em vez dos brasileiros. Quanto às propostas classificadas, ainda não foram transformadas em contratos, mas isso deverá ocorrer sem maiores problemas.
FONTE: Monitor Mercantil