Por Mariana Barbosa
Empresa também vai iniciar revisão do motor do Boeing 787
O avião chinês está previsto para entrar em operação no primeiro semestre do ano que vem, após quase uma década de atraso, e vai utilizar um motor similar ao da família de jatos 190/195 da Embraer, o CF34-10E, que já é montado em Petrópolis.
As partes virão da fábrica da GE em Cincinnati (EUA) e, de Petrópolis, o motor será exportados para a China.
“Conseguimos ser os mais competitivos dentre as subsidiárias da GE no mundo“, diz o presidente da GE Celma, Júlio Talon.
A encomenda chinesa ocupará espaço da linha de montagem dedicada ao motor da Embraer, que ficaria ociosa com a entrada em operação do E2, segunda geração de jatos regionais da empresa. Os E2 utilizam um outro motor, da concorrente Pratt & Whitney, e a primeira entrega está prevista para 2018.
De acordo com o balanço da Embraer de março, a GE ainda tem 168 motores a entregar para a brasileira. A GE Celma é uma das maiores exportadoras de serviço do país e faturou US$ 1,1 bilhão no ano passado, sendo 95% em serviços para clientes o exterior, como FedEx e Southwest.
A empresa tem capacidade para realizar revisões em 350 motores por ano e está investindo US$ 50 milhões para ampliar essa capacidade para 500 motores até 2020.
Um motor de avião tem cerca de 10 mil peças e, numa revisão geral, ele é inteiramente desmontado.
Segundo do Talon, o incremento de produção nos próximos anos terá maior valor agregado pois será dedicado ao motor de grande porte GEnx, usado no Boeing 787 Dreamliner.
“Estaremos habilitados para fazer revisões pequenas no GEnx este ano e, a partir do ano que vem começamos a revisão geral.”
Com o GEnx, o faturamento anual deve chegar a US$ 1,6 bilhão em 2020. Os motores chegam no país por Viracopos. De Campinas, seguem de caminhão até Petrópolis, uma viagem de 12 horas.
Militar
Até o final do ano que vem, a GE Celma vai integrar as operações militares da subsidiária Avio do Brasil, que já faz revisão de motores da FAB (Força Aérea Brasileira). Quando os caças suecos, equipados como motores GE, forem incorporados à frota da FAB, a revisão dos motores também será feita na Celma.
FONTE: Folha de São Paulo