No mês de julho, o Exército Brasileiro promoveu testes operacionais do sistema de comando e controle (C2) para o Programa Sistema Combatente Brasileiro (COBRA). A ação teve como objetivo avaliar os rádios e o sistema de apoio à decisão que compõem o Sistema Torch-X Dismounted, apresentado pela AEL Sistemas e desenvolvido pela Elbit Systems. O trabalho foi conduzido pelo Comando de Operações Terrestres (COTER), juntamente com militares do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX).
Para operacionalizar a missão, foram selecionadas duas organizações militares de tropa: o 1º Batalhão de Infantaria de Selva (1° BIS), sediado em Manaus/AM, e o 5o Batalhão de Infantaria Leve (5o BIL), sediado em Lorena, SP. Durante os testes, particularmente, foram avaliados os rádios E-LynX Hand-Held HH7200, E-LynX PNR-1000, o tablet robustecido RAPTOR MKII-PRO e o sistema de C2 TORCH-X, que compõem o Sistema TOCH-X Dismounted.
Os testes do 1o Batalhão de Infantaria de Selva ocorreram na Base de Instrução no 4, no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), na periferia de Manaus-AM. Militares do COTER e da CCOMGEX acompanharam os testes em ambiente de selva, realizados por soldados da 2ª Companhia de Fuzileiros do 1º BIS, contando com o apoio em campo de uma equipe da AEL.
Na avaliação do Major Benzi, do COTER, “a atividade foi de suma importância, pois possibilitou comprovar as capacidades do sistema para a comunicação interna do pelotão, em ambiente de selva e em operações ribeirinhas, auxiliando nas definições do futuro sistema de C2 do COBRA”.
O Capitão Sampaio de Melo, Comandante da Companhia que realizou a avaliação, comentou que “o equipamento desenvolvido pela AEL proporciona aos comandantes das pequenas frações um avanço significativo no contexto da função de combate Comando e Controle, uma vez que dentre outros fatores, oferece a estes uma consciência situacional que até então vinha sendo algo ineficiente no âmbito das Forças Armadas. O fato de um comandante saber onde se encontram suas peças de manobra durante o combate em tempo real é uma ferramenta primordial para garantir o sucesso na missão”.
As provas do 5º Batalhão de Infantaria Leve ocorreram na região de Piquete e Lorena / SP. Durante os testes, os equipamentos foram utilizados no contexto do Exercício ARATÚ II. O Pelotão de Fuzileiros pôde empregar o equipamento durante um Ataque Coordenado, uma Marcha para o Combate, um Ataque Local e Patrulhas – tudo no contexto de Operações de Amplo Espectro em ambiente urbano e rural, com predominância de morros e ravinas. Todo o caso impõe desafios para as comunicações, devido à presença de obstáculos.
O Capitão Canzi, responsável pelo exercício, destacou que “o emprego do sistema foi importante para o planejamento e a coordenação da manobra da fração, além da coordenação de fogos e o levantamento de informações de inteligência para o escalão superior, possibilitando o aumento da consciência situacional do Comandante de Pelotão”.
O TORCH-X Dismounted é uma solução modular e flexível, oferecendo várias configurações, desde os soldados aos comandantes de pelotão, atiradores e observadores avançados, permitindo a integração com diferentes tipos de sensores, e possibilitando a configuração de acordo com os objetivos de cada missão.
Esse sistema já está em uso em vários países do mundo, como Israel, Holanda, Espanha e Austrália. No Brasil, já está em uso pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha.
SOBRE O PROGRAMA COBRA
O objetivo do Programa COBRA (Combatente Brasileiro) é fornecer aos combatentes individuais equipamentos, armas e sistemas adequados à sua atuação nos diferentes ambientes operacionais, buscando a obtenção de materiais adaptáveis, flexíveis e modulares, possibilitando maximizar sua letalidade seletiva, proteção individual e consciência situacional.