Por Luciana Collet
Fabricante espera cenário mais difícil em 2015, com pressão sobre preços e entrega de aeronaves menores
A Embraer estima para 2015 uma margem operacional (Ebit) de 8% a 8,5%, um intervalo inferior ao registrado no ano passado, quando o número ficou em 8,6%. Já a margem Ebit da (lucro antes de juros, impostos depreciações e amortizações) deve ficar entre 12% a 13%, também abaixo dos 13,2% reportados. A companhia explicou que espera entregar ao longo deste ano uma quantidade maior de aeronaves menores (E175) no segmento comercial, e esse fato deverá resultar em um mix menos favorável. No total, a empresa espera entregar de 95 a 100 jatos comerciais, acima dos 92 entregues no ano passado, dos quais 67% eram E175.
O presidente da companhia, Frederico Curado, disse a analistas que, além do mix pior, a empresa também vê uma pressão de preços, com a forte competição. ―E isso, associado com o mix, nos dá um cenário um pouco mais complicado, por isso margens menores em 2015‖, comentou. Além disso, a empresa também estima receitas menores para o segmento de Defesa & Segurança, que foi o principal responsável pelo crescimento do ano passado.
No caso da divisão de aviação executiva, a Embraer espera ainda se beneficiar da aguardada recuperação do mercado, ―que ainda não se materializou totalmente‖. Prevê uma maior contribuição dos novos jatos executivos Legacy 500 e Legacy 450, que ajudarão no aumento do número total de entregas de jatos executivos no ano, e, consequentemente, no faturamento.
No total, a companhia espera obter uma receita líquida de US$ 6,10 bilhões a US$ 6,60 bilhões, que pode até significar uma queda ante os US$ 6,288 bilhões de 2014. Desse total, a aviação comercial responderá por cerca de 52% ante os 50%de 2014. Já a aviação executiva deve representar 28%, um montante maior que os 25,3% do exercício anterior; enquanto Defesa e Segurança terá queda na participação (de 23,2% para 18%) e na receita, dos US$1,456 bilhões reportados no ano passado para de US$ 1,1 bilhão a US$ 1,25 bilhão.
Ao justificar a prevista redução da receita de Defesa, o vice-presidente financeiro da Embraer, José Antonio de Almeida Filippo, disse que a estimativa está ligada à variação cambial. Cerca de 2/3 das receitas da divisão são denominadas em reais. “Em reais, a receita deve ficar estável”.
Ele também afirmou que, por ora, a Embraer não considera potenciais atrasos nos repasses governamentais, embora tenha admitido que a companhia mantém conversas com o governo para confirmar a execução dos programas conforme o planejado.
Expectativa
US$ 6,28 bi foi a receita da Embraer em 2014
US$ 6,1 bi a US$ 6,6 bi é a previsão de receita líquida para 2015
FONTE:Estado de São Paulo