Estimativas iniciais do banco levam em conta a necessidade de um alto prêmio de aquisição para que o governo brasileiro tope abrir mão da Embraer; Michel Temer, no entanto, já disse que não venderá a companhia durante seu mandato
Um dos primeiros a soltar suas estimativas foi o BTG Pactual: seus analistas, Renato Mimica e Samuel Alves, calcularam que a Embraer pode ser avaliada em cerca de US$ 15 bilhões numa eventual venda para a Boeing. Com uma taxa de câmbio de R$ 3,30 por dólar, a Embraer valeria R$ 49,5 bilhões nestas estimativas do BTG, o que aponta um potencial de alta de 230,9% para a ação, tendo em vista o preço de fechamento dela nesta quinta, de R$ 20,20 (ela subiu 22,50% em relação ao pregão anterior).
A conta foi feita com base na necessidade da Boeing ter que “aumentar massivamente o prêmio de aquisição”, pelo fato da Embraer possuir dois obstáculos para uma eventual venda: os “golden shares”, ferramenta que dá ao acionista controlador (no caso, o governo) de vetar decisões estratégicas da companhia, e a “poison pill” presente no estatuto da empresa, que seria disparada caso algum acionista detenha mais de 35% do capital da empresa.
“Obviamente é difícil abrir recomendações baseadas em especulações, mas nós seguimos construtivos com Embraer”, escrevem Mimica e Alves, que já tinham recomendação de compra atribuída aos ativos EMBR3.
O acordo
De acordo com jornal americano, as conversas entre Embraer e Boeing aguardam a avaliação do governo brasileiro sobre assinatura de eventual acordo. A aprovação seria necessária em razão da existência de “golden share” com poder de veto. O negócio poderia acrescentar jatos regionais ao portfólio de aeronaves comerciais da Boeing, diz o jornal.
Nesta tarde, reportagem do jornal Folha de S. Paulo citando uma fonte do governo, disse que o presidente Michel Temer apoia a negociação entre as duas empresas mas foi enfático ao dizer que não venderá o controle da Embraer em seu mandato.
FONTE: Infomoney
FOTOS: Ilustrativas