Paulo Cesar de Souza e Silva inicia transição no cargo em julho. Executivo substitui Frederico Fleury Curado, que renunciou ao cargo.
Executivo da Embraer desde 1997 e atualmente vice-presidente-executivo para a Aviação Comercial, Paulo Cesar de Souza passará por um processo de transição programado para ocorrer até o final do ano. A transferência das funções executivas acontecerá em julho, informou a empresa em comunicado.
Na noite desta quarta, a Embraer divulgou comunicado informando a renúncia de Curado ao cargo, a partir de julho, “para se dedicar a outros projetos profissionais e pessoais”.
Troca inesperada
A companhia não deu detalhes sobre os motivos da mudança. Procurada pela Reuters, a Embraer disse que não faria comentários adicionais sobre o assunto.
“Após mais de 32 anos na Embraer, 22 dos quais na diretoria, estou completando um ciclo em minha carreira e passarei a me concentrar em outras atividades profissionais e pessoais. Com o Paulo (Cesar de Souza e Silva), a Embraer estará em ótimas mãos”, disse Curado no comunicado.
Três analistas de mercado consultados pela Reuters disseram que não havia qualquer expectativa de mudança na presidência da Embraer neste momento.
Durante os mais de nove anos sob a presidência de Curado, a Embraer consolidou sua posição de terceira maior produtora mundial de aviões comerciais, além de ter ampliado o portfólio de produtos na aviação executiva e na área de defesa.
A empresa está desenvolvendo a segunda geração de sua família de aeronaves comerciais E-Jets, tendo já assegurando vendas expressivas para os novos aviões. Além disso, a companhia trabalha no cargueiro KC-390, o maior avião já produzido no Brasil, tendo como cliente inicial o governo brasileiro.
Investigações sobre propina
Mas a Embraer também é alvo de investigações nos Estados Unidos e no Brasil a respeito de suposto pagamento de propina para fechar a venda de aeronaves militares à República Dominicana.
Em meados de março, o “The Wall Street Journal” noticiou que um consultor de vendas teria dito a procuradores brasileiros acreditar que os principais executivos da empresa, incluindo o presidente-executivo Curado, sabiam dos pagamentos ilícitos.
Procurada pela Reuters naquela ocasião, a Embraer disse que não poderia comentar as alegações contra seus executivos, por serem aparentemente vazadas de uma declaração confidencial de um réu em um processo que tramita em segredo de Justiça no Brasil e não estaria disponível para a empresa.
Após a publicação desta reportagem, um porta-voz da Embraer afirmou ao G1 que a sucessão de Curado é um processo planejado, e não há qualquer relação com as investigações.
FONTE: G1