A parte militar do negócio, que travava a combinação entre as empresas, ficará de fora. Ela continuará sob o comando exclusivo do governo brasileiro. Minutos após a notícia, as ações saíram do território negativo e passaram a registrar fortes ganhos: às 11h01 (horário de Brasília), a alta dos papéis era de 4,90%, a R$ 21,39.
Ontem, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o governo federal torcia para que a fabricante brasileira de aviões Embraer firmasse um acordo com a americana Boeing, desde que isso não implique em poder externo sobre a Embraer. As empresas discutem um acordo desde o ano passado. “(O governo) quer que dê certo, torce para dar certo. Eu inclusive me reuni com o diretor financeiro da Boeing e sua equipe e disse a ele: ‘olha, encontre uma maneira, sejam criativos'”, afirmou o ministro.
Para Jungmann, é preciso criar um tipo de parceria que impeça que outro governo tenha poder sobre a Embraer, responsável por projetos do governo federal. “O nosso problema é que, se o controle passa para um terceiro país, as nossas decisões ficam subordinadas àquele país – por exemplo, ao Congresso americano. Se o Congresso americano amanhã decidir que não é de seu interesse o desenvolvimento de um reator nuclear ou o ciclo completo nuclear que a Marinha faz, se ele tem o controle da Embraer isso está rompido”, disse.
“É uma parceria. Crie uma terceira empresa. Como nós fazemos isso? Não sei. Eu sei o que não pode (fazer). Nenhum país do mundo vende uma empresa estratégica de defesa. Não é por nacionalismo, ultra-nacionalismo ou qualquer tipo de preconceito com os americanos ou a Boeing. Nós apostamos que dê certo, mas temos um limite que remete a um projeto nacional autônomo, que é o limite que a gente impõe”, continuou o ministro, completando que “a gente aposta nessa parceria porque o mercado aeronáutico global está mudando e é importante tanto para a Embraer como para a Boeing”.
FONTE: InfoMoney