Por Luiz Padilha
A BAE Systems Hägglunds ao criar o BvS10 (Bandvagn Skyddad 10), enxergou as demandas de seus clientes que necessitavam de um veículo capaz de operar em qualquer terreno e que tivesse alta mobilidade, proteção e capacidade de carga. A empresa então desenvolveu a versão BvS10, um veículo articulado com lagartas, anfíbio, capaz de fornecer suporte operacional à tropa, indo onde outros veículos não conseguem chegar.
Como cada cliente tem requisitos específicos, a BAE Systems Hägglunds desenvolveu diferentes variantes, em cima da mesma plataforma. O BvS10 possui blindagem (STANAG 4569 nível 2), podendo receber blindagem (opcional) STANAG 4569 nível 4, além de ter proteção básica contra minas AP menores. Essa blindagem proporciona segurança para poder levar quatro soldados na parte dianteira e oito soldados na parte traseira.
Devido ao seu grande espaço interno, o BvS10 é altamente versátil, podendo levar equipamentos, munição, víveres e o que mais for preciso para o campo de batalha. O BvS10 dependendo da variante, pode ser dotado de auto-proteção com uma torre equipada com metralhadora calibre 5.56mm ou 12,7mm, e com um lançador de granadas automático de fumaça que fornecem proteção adicional.
Dentre as variantes possíveis a BAE Systems Hägglunds oferece:
- Ambulance
- Armored Personal Carrier (APC)
- Crew Support Weapon (CSW)
- LOG/Flatbed
- Remote Weapon Station (RWS)
- Repair and Recovery
O BvS10 da BAE Systems Hägglunds se encontra em operação nas forças armadas da Áustria, França, Holanda, Suécia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e uma carteira com 663 BvS10s encomendados. Um número expressivo que demonstra bem o quanto este tipo de veículo é importante em áreas de combate, que vão desde a Europa, África (Chade) e Ásia (Afeganistão).
O editor do Defesa Aérea e Naval (DAN) foi convidado a embarcar em um BvS10 para sentir a bordo, como um soldado é transportado. Foi uma experiência interessante desde o cinto de segurança de 4 pontos como a sensação de segurança fornecida pela ergonomia desenvolvida pela empresa, para prover o máximo de conforto possível ao soldado a bordo.
Abaixo, o editor do DAN Luiz Padilha a bordo do BvS10 como passageiro e depois como mortorista.
Ao término de uma passagem completa pela pista, sou surpreendido pelo convite para dirigir o BvS10 na pista de testes, lembrando que nunca havia dirigido um blindado, menos ainda em uma pista coberta de neve. Confesso que incialmente fiquei temeroso de cometer alguma “babeiragem”, mas durante todo o percurso fui recebendo orientações do motorista oficial, o que fez a minha experiência ser bastante interessante, tamanha a facilidade em dirigir o BvS10 na neve.
Fica fácil entender porque as principais forças armadas do mundo optaram por este veículo. Um carro segundo a BAE Systems Hägglunds, de fácil manutenção e com elevado nível de ciclo de vida.
Minha experiência foi com o veículo na neve e pode parecer que o mesmo só funciona bem neste tipo de condição, mas é uma falsa impressão, pois o blindado opera em diversos cenários como podemos observar abaixo:
Com a capacidade operacional adquirida perante a ONU, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil pode, se chamado for, ter que operar em ambientes onde ter um veículo como o BvS10 devidamente equipado/customizado pelo CFN. pode fazer a diferença. Quem sabe no futuro não possamos ver o CFN com o BvS10 da BAE Systems Hägglunds.