Comunicação das Forças Armadas vai passar por satélite próprio

Satélite

As denúncias de espionagem contra a presidente Dilma Rousseff já provocaram efeito. O Ministério das Comunicações conseguiu autorização para o funcionamento de um satélite geoestacionário que concentrará toda a comunicação das Forças Armadas.

O equipamento será usado para garantir uma rede segura de tráfego de dados e para as chamadas de voz feitas por Exército, Marinha e Aeronáutica. A outorga que garante a posição do satélite no espaço –e o posterior lançamento– foi dada nesta semana pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Trata-se de mais uma tentativa de blindar setores estratégicos do governo contra acessos ilegais de órgãos de segurança dos EUA, denunciados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.

O envio do satélite ao espaço já estava previsto no PNBL (Programa Nacional de Banda Larga). É por meio desse equipamento que o governo irá oferecer internet de alta velocidade às regiões do país de difícil acesso. Agora, o mesmo satélite dividirá espaço com a comunicação exclusiva do governo. “Não há nenhum problema nesse compartilhamento. São serviços independentes, não há troca de informações. Todos os dados da Defesa serão criptografados”, explicou à Folha o ministro Paulo Bernardo (Comunicações).

A aprovação do compartilhamento foi acelerada diante da crise envolvendo a espionagem tanto dos dados de Dilma quanto da Petrobras. “O que essas denúncias mostram é que a preocupação do governo de prosseguir com o projeto [de envio do satélite] é importante”, disse o relator do tema na Anatel, Rodrigo Zerbone.

“O projeto era anterior à questão espionagem, mas no fundo a preocupação já era a mesma: ter sob controle do Exército e do governo brasileiro a infraestrutura da comunicação”, acrescentou.

Segundo a Folha apurou, a Telebrás deve pagar R$ 3 milhões pelo serviço, e o Ministério da Defesa, R$ 300 mil. Antes de concluir o processo de outorga, a agência exige que as partes envolvidas encaminhem uma série de documentos. Só então a outorga será anunciada, de fato.

O satélite escolhido pelo governo foi o da marca francesa Thales Alenia. O consórcio europeu Arianespace será o responsável por lançá-lo em órbita.

FONTE: Folha de São Paulo – Julia Borba e Natuza Nery

Sair da versão mobile