Por Guilherme Wiltgen
Uma medida alternativa para tentar “salvar” a Avibras de um eventual (e quase certo) processo de falência, parece estar sendo costurado.
A Avibras está em processo de recuperação judicial e acumula cerca de R$ 600 milhões em dívidas. Seus funcionários estão em greve há dois anos por falta de pagamento dos salários. Além da empresa já dever 18 meses aos seus funcionários, segundo o sindicato, ela também cortou o convênio médico e está com o INSS e FGTS em atraso. Ou seja, a Avibras está se afundando cada vez mais em dívidas, sendo nítido que a sua situação é de total descontrole e que algo deve ser feito urgentemente.
Muito provavelmente, todo o seu quadro técnico e de engenheiros não fazem mais parte da empresa, possivelmente pulverizado pelas diversas empresas da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
Para tentar salvar a empresa, o que tudo indica, a ideia é a formação de um grupo de investidores brasileiros para comprar a Avibras e promover a fusão com a Akaer, eliminando o risco da empresa estratégica brasileira cair nas mãos do capital estrangeiro, acarretando em perda de soberania nacional.
Desde que a Avibras entrou em processo de recuperação judicial, pelo menos quatro empresas estrangeiras teriam demonstrado interesse em comprá-la. Entre elas a chinesa Norinco e a australiana DefendTex.
Mas o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não quer
ver a Avibras ir parar nas mãos dos chineses da Norinco e rapidamente se movimentou e, em uma tentativa de manter o controle brasileiro, envolveu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para buscar uma empresa brasileira ou um “pool” de empresas para assumir as operações da Avibras.
Com pouco mais de 60 anos de história, a Avibras tem sua trajetória marcada pelo pioneirismo e inovador desenvolvimento tecnológico, chegando a figurar entre as 100 maiores empresas exportadoras do Brasil, graças ao seu fundador, o visionário engenheiro João Verdi.
A Avibras é uma importante integrante da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, responsável por projetos estratégicos das Forças Armadas Brasileiras, tais como o sistema ASTROS e o Míssil Tático de Cruzeiro (AV-MTC).