Decisão é parte da estratégia para iniciar a produção das peças para os aviões caça suecos no ABCD
Conforme o presidente do Grupo InbraFiltro, Jairo Cândido, a Saab anunciou no início do ano passado o investimento de 150 milhões de dólares (R$ 577 milhões) para construir a fábrica que produzirá estruturas dos caças a serem fabricados no Brasil e que, atualmente, a empresa sueca está comprando as participações da Inbra por um valor determinado pelo mercado, porém o executivo não detalhou a operação. “Estamos acobertados por um sigilo enquanto durarem as nossas negociações dentro do arranjo fabril”, justificou o empresário durante seminário sobre o setor na Universidade Metodista, nesta quinta-feira (15/10).
As negociações para o início das operações da SBTA, uma parceria entre a Saab e a Inbra para gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais do Gripen NG localmente, percorrem desde 2012 com a intenção de consolidar os negócios na área de Defesa na Região.
A princípio a nova empresa seria instalada em uma área próxima a entrada do Rodoanel Leste, e servirá como o “embrião do parque tecnológico”, no entanto, segundo Cândido este planejamento pode ser alterado. “O primeiro local está praticamente descartado, primeiro porque aconteceram algumas questões ambientais e segundo, porque o prefeito [de São Bernardo, Luiz Marinho] disse que o início das instalações serão no Colégio Salete [no centro da cidade]”, afirmou.
Com o arranjo empresarial definido, as empresas devem gerar cerca de 1.300 postos de trabalho diretos e aproximadamente 5 mil indiretos, inclusive em outras cadeias de produção.
Mapeamento e capacitação
Atualmente está sendo realizado o mapeamento da capacidade produtivas das empresas instaladas no ABCD para atender as demandas da indústria de Defesa e Segurança brasileira. O recente estudo sobre o potencial competitivo no setor, elaborado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, em parceria com a LAB Consultoria, aponta que a Região possui 28 empresas já atuantes e outras 199 com potencial de fornecimento para as forças armadas.
“Para que tudo aconteça, a cultura da empresa é fundamental para entender que a área de defesa é um investimento social, que gera oportunidades únicas de acelerar uma economia em estagnação ou em crise, com capacitação profissional e tudo isso deve ser pensado a longo prazo”, pontuou Ana Lima, da LAB Consultoria O projeto de aquisição dos 36 caças Gripen NG para a FAB (Força Aérea Brasileira) gerou US$ 9,1 bilhões de dólares em compensações que beneficiam as empresas brasileiras Embraer, Akaer, SBTA, Atech, AEL, Mectron e Inbra, além do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), órgão da Aeronáutica. Com isso, os profissionais estão sendo recrutados e enviados para treinamentos na Suécia, junto à Saab.
Ao todo são 357 profissionais destas empresas embarcando desde a semana passada, alguns com suas famílias, para o país europeu. Da Inbra irão 43 funcionários. Cada trabalhador receberá capacitação diferenciada, ou seja, os conhecimentos serão complementares para melhor desenvolvimento quando retornarem ao Brasil. “Esperamos a eficácia do contrato do projeto dos caças, que foi concluído pelo Ministério da Defesa no mês passado, para encaminhar os profissionais que devem ficar até 24 meses se especializando” disse Bengt Janér, diretor-geral no Brasil da Saab. Toda essa preparação é para entregar o primeiro Gripen em 2019 e o última em 2024.
FONTE: ABCD Maior