Por Luiz Padilha
Mas, antes de trazermos mais detalhes, vamos abordar a preparação do submarino para a manobra poder ser realizada.
A Preparação
Após seu último PMG, que capacitou o submarino a operar por quase 10 anos, chegou a hora de parar novamente e literalmente, “recarregar as baterias”. Para que isso fosse feito, o Tamoio precisou ser “aliviado” , o que demandou a retirada de todos os líquidos de seus tanques, como combustível, óleo e água potável.
Varios equipamentos não vitais à manutenção da flutuabilidade do submarino foram previamente retirados para manutenção nas oficinas do AMRJ, fazendo com que o submarino ficasse com o peso adequado para a manobra que viria a seguir.
O Tamoio precisava também se livrar das cracas que tomaram conta de seu casco enquanto estava atracado no AMRJ, aguardando o processo de licitação para se definir qual empresa iria realizar a manobra de “Load In”. Pelas imagens, podemos ver que após a limpeza, o casco precisava apenas do trabalho rotineiro de preparação para receber sua camada de proteção.
Todo o processo, desde a docagem até o “Load In” foi gerenciado pelo comandante do submarino Tamoio, o capitão-de-fragata Amilton Oliveira Ferreira, junto com o AMRJ e a Força de Submarinos. O comando de um navio durante este período requer uma tripulação muito unida, pois são muitos detalhes que precisam ser vistos e revistos, para o sucesso da manobra.
Ao final do trabalho de preparação do casco, o navio então é recolocado no mar para a etapa mais crítica da manobra, o “Load In”.
O “Load In”
Com o Tamoio pronto e de volta ao mar, a manobra segue seu curso, com o submarino sendo colocado no dique seco do ARMJ, onde uma balsa foi alagada e posicionada dentro do dique para receber o submarino. A manobra consiste em colocar o Tamoio dentro do dique e ao esvazia-lo, o submarino estará corretamente apoiado nos berços da balsa. Esta por sua vez, esgotará toda água de seu interior, para quando o dique voltar a se encher, a mesma flutue com o Tamoio junto.
Após a balsa ser retirada do dique seco com o Tamoio já apoiado nos berços especiais, a balsa é conduzida a posição de entrada para o galpão da Oficina de Construção de Submarinos, onde através de pontes especiais construídas para a manobra, o submarino será levado para dentro, onde será realizado seu PMG que deverá durar em torno de 2 anos e meio.
Com muito cuidado, numa manobra executada lentamente, o submarino vai sendo retirado da balsa puxado por trucks, num sistema especial controlado remotamente por um técnico da empresa contratada. Tudo executado através de um joystick onde a cada metro, era preciso checar o posicionamento do submarino para arria-lo corretamente nos berços.
O submarino Tamoio ao entrar no galpão da Oficina de Construção de Submarinos, passa a centímetros do corte feito para este tipo de manobra.
Fim de Faina ou da Manobra, agora será iniciado o processo da Parada de Manutenção Geral – PMG, onde o casco do submarino será seccionado, para a retirada dos motores a diesel e do motor elétrico. Além dos motores que serão retrofitados, diversos equipamentos como baterias, bombas e sensores também serão trocados. Uma das novidades do PMG do Tamoio, será a instalação do novo console diretor de tiro da LM/Raytheon, adequando o submarino a disparar os novos torpedos pesados MK-48 ADCAP 6, adquiridos pela Marinha do Brasil. Espera-se que após este PMG, o submarino Tamoio, o primeiro fabricado no Brasil, possa operar por mais 10 anos, mantendo a prontidão da Força de Submarinos da Marinha do Brasil.