2º Seminário de Manutenção de Navios Militares – Babcock apresentou sua experiência no Ciclo de Vida em Navios de Guerra

Juan Carlos Portillo Garcia - Chefe de Vendas da Babcock




Por Luiz Padilha

A Babcock marcou presença no 2º Seminário de Manutenção de Navios Militares, com o CEO Marcelo Ferraz que apresentou a empresa ao público presente, destacando as atividades em diferentes áreas, com gestão inclusive nos mais importantes aeroportos do Brasil.

Na sequência o engenheiro Juan Carlos Portillo, Chefe de Vendas Internacional, apresentou as capacidades da Babcock na gestão e manutenção dos meios de defesa, com foco na apresentação de técnicas para uma potencial redução de custo e prolongamento de vida útil dos ativos da Marinha do Brasil.

Fragata Type 23 HMS St. Albans

Durante sua palestra, Juan Portillo explicou que todos as dificuldades que a Marinha do Brasil enfrenta atualmente, a Royal Navy já enfrentou anteriormente, como política de defesa, orçamento, despesas com pessoal, uso extensivo de equipamentos e falta de manutenção por exemplo.

A Babcock implementou 3 mudanças no modelo de gestão utilizado pela Royal Navy:

A redução do estoque por grupos melhorou a disponibilidade. Onde antes haviam peças caras que não eram utilizadas, passou-se a ter em estoque as peças que realmente os navios precisam, com a Babcock atualmente sendo responsável por 90% das categorias de sobressalentes.

A melhoria e efetividade do inventário e a redução dos custos pode ser comprovada através da análise de gestão do inventário de bordo da fragata HMS St. Albans, que possuia 7.589 itens a bordo, a um custo de 20 milhões de libras e uma efetividade de apenas 8,56%. Após a Babcock assumir o controle, o custo foi reduzido a 8 milhões e seiscentas mil libras e a efetividade disparou para 98,15%, mostrando que a decisão da Royal Navy em passar a gestão de sobressalentes para a Babcock, foi acertada.

Fragata type 23 HMS Somerset

Mudança de paradigma

Para se chegar aos resultados expostos, houve uma mudança radical na forma como os contratos passaram a ser feitos. A RN define suas necessidades e a Babcock assume o controle de todos os aspectos dos contratos, assumindo a responsabilidade e capacidade de decisão nas áreas de Engenharia, Suporte Técnico, Planejamento do Ciclo de Vida, Manutenção, Reparação, Revisão Geral, Suporte de Engenharia e Gestão de Inventário de Compra.

PHM Atlântico ex-HMS Ocean

PHM Atlântico

Enquanto o PHM Atlântico esteve ativo na RN como HMS Ocean, o navio possuia alta taxa de disponibilidade devido a gestão da Babcock, que lhe proporcionava 9 meses de operações por ano, com 4 meses em operação e 1 mês de manutenção, na sequência mais 5 meses de operação e 2 meses de manutenção, conferindo-lhe 93% de disponibilidade por ano.

Convoo do PHM Atlântico

Esses são apenas alguns exemplos de como a mudança de gestão, proporcionou uma melhor utilização das verbas, proporcionando maior disponibilidades dos meios navais da RN, o que pode vir a ser, caso assim deseje, uma opção para a Marinha do Brasil.

Panorama Orçamentário da MB para Área de Manutenção e Perspectivas Futuras

CA Alvarenga durante o 2º Seminário de Manutenção de Navios Militares

Em sua palestra, o Contra Almirante José Vicente de Alvarenga Filho, Subchefe de Logística e Plano Diretor do Comando de Operações Navais, expôs o desafio da Marinha em superar a baixa disponibilidade de sobressalentes no Sistema de Abastecimento da Marinha (SAbM), a dificuldade na obtenção de sobressalentes para os navios, pelo fato de que 90% dos sobressalentes cadastrados no Banco de Dados da Marinha são de procedência estrangeira, o que eleva o custo e o tempo de obtenção.

A dificuldade exposta é melhor observada através do quadro onde aparecem todos os Distritos Navais e os meios que cada um opera, sendo que nem todos os distritos possuem um dique para docagem e manutenção mais profunda dos meios. Mas o desafio não para na dificuldade de obtenção apenas, ele passa pela logística em após receber as peças, envia-las para diferentes regiões do país, afim de possibilitar o retorno dos meios ao setor operativo o mais rapidamente possível.

Seria a solução apresentada pela Babcock, um caminho a ser seguido pela Marinha, para a solução desses problemas?

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