A cidade de Tupã fica no Oeste de São Paulo a mais de 500 quilômetros de distância, em linha reta, da praia mais próxima. Mesmo assim tão longe do mar, em terra firme e nascida numa cidade tranquila de se viver, na qual ondas e navios só existiam na tela de TV, Jaqueline Cristina Rocha Lopes tinha um sonho na vida. A menina que desde cedo sempre se mostrou determinada em tudo aquilo que fazia, teve como sua maior inspiradora a própria mãe que sempre a incentivou a seguir a carreira profissional como oficial da Marinha Mercante.
A chegada na Norsul aconteceu cedo, ainda na sua formação. “Quando eu era ainda aluna da EFOMM, tive que optar por uma empresa de navegação para embarcar e cumprir o período de instrução no mar, na época eu já havia decidido por embarcar em navio graneleiro e, dentre as opções apresentadas, rotas das embarcações e direito de escolha, optei pela Norsul por desejar navegar não somente na costa brasileira como também os demais mares. Após a escolha comecei a pesquisar mais sobre a Norsul e seus projetos e me encantei”, comenta Jaqueline.
O período de instrução inicial, já embarcada, também foi um sucesso. Jaqueline ficou seis meses no “NORSUL Amazonas” no qual a experiência serviu como uma primeira grande escola no mar onde adquiriu conhecimentos e pode aplicar na prática, conceitos e teorias do período de graduação. Mas como foi embarcar nesse ambiente tradicionalmente ocupado por homens e até hoje sem tantas mulheres a bordo? “Foi preciso ter coragem para superar os desafios diários. Eu sempre respeitei os meus próprios valores e, principalmente, o espaço de cada um. Tinha ciência de que meu crescimento profissional seria um processo gradual, em busca de condições de igualdade e direitos de ascensão de carreira. Sempre mostrando competência e buscando meus méritos”.
Na fase de conclusão de curso de formação de Oficial da Marinha Mercante, etapa final, era necessário embarcar novamente para completar o Programa de Estágio – PREST em navios da Marinha Mercante. “Decidida sobre qual segmento eu seguiria, ou seja, navios graneleiros, novamente optei pela Norsul com foco para trabalhar no projeto dos inovadores Comboios Oceânicos, constituídos por empurradores e barcaças. Assim embarquei novamente no NORSUL Amazonas e concluí o PREST no NORSUL Crateus” diz Jaqueline, com brilho no olhar e certa dose de saudade deste período.
Em 2019, Jaqueline foi mais uma vez promovida, desta vez em terra firme, atuando em terminais portuários, para liderar a Gerência de Tráfego, área responsável por coordenar o tráfego das embarcações e comboios oceânicos da companhia. Uma função executiva, que não a deixou longe do mar e lhe deu autoridade gerencial sobre parte de frota da companhia.
Ao olhar para sua própria história a Comandante Jaqueline comenta: “Foram vários momentos difíceis, mas outros tantos de alegria, a cada missão, a cada partida e chegada ao destino com a certeza de uma navegação de forma a garantir a segurança da vida humana no mar”. E complementa com um recado especial que pode simbolizar muito bem o Dia Internacional da Mulher: “Seja feliz. Faça o que gosta. Acredite no seu sonho. O mundo precisa da força e da sutileza que existe dentro de uma mulher”.
FONTE: Norsul