“Passou pela nossa frente animado, ereto no cavalo, o boné de capa branca com tapanuca, de pala levantada e preso ao queixo, pela jugular, a espada curva desembainhada, empunhada com vigor, e presa pelo fiador de ouro, o velho general-chefe, que parecia ter recuperado a energia e o fogo dos vinte anos. Estava realmente belo. Perfilamo-nos como se uma centelha elétrica tivesse passado por todos nós.
Dali a pouco, o maior dos nossos generais arrojava-se impávido sobre a ponte, acompanhado dos batalhões galvanizados pela irradiação da sua glória.”
Assim Dionísio Cerqueira, testemunha ocular, descreveu Caxias, então com 65 anos, na Batalha de Itororó.
Era o mesmo Caxias que, 23 anos antes, depois de vencer e pacificar os Farrapos, celebrando a paz em Ponche Verde, conclamou os brasileiros: “Abracemo-nos e unamo-nos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da pátria que é a nossa mãe comum”.
Mostrava assim aos brasileiros que somente a superação dos antigos e injustificáveis antagonismos abriria caminho para a construção do desejado futuro grandioso.
Era o grande soldado, com visão de estadista, mirando o futuro, a dizer-nos que o Brasil teria um único Exército, o Exército de todos os brasileiros, guardião da integridade, da estabilidade e da democracia, integrado por cidadãos, cumpridores das leis, regulamentos e normas.
Exército que ensina nas suas escolas, desde muito cedo, a disciplina própria dos homens livres, que estimula a fraternidade, o entusiasmo e a criatividade.
Exército em que o manto do patriotismo acolhe a todos, igualando oportunidades, independente de raça, credo, naturalidade, alinhamento político, condição econômica ou nível social.
Exército que recruta, educa, ensina, profissionaliza e incute valores, devolvendo à sociedade e às famílias cidadãos melhores, capacitados a construir um futuro promissor para si e para o País.
Exército que, apegado às tradições, zeloso da própria história e orgulhoso de seus antepassados, busca constante aperfeiçoamento.
Exército que, inteligente, criativo e operoso, lança-se ousado para a Era do Conhecimento.
Exército que objetiva transformar-se por meio de projetos amplamente apoiados na indústria nacional, na vanguarda da pesquisa e do desenvolvimento, geradores de empregos e de avançadas tecnologias, sobre os quais repousarão as capacidades operacionais do Exército do futuro.
Dentre eles, merece destaque o SISFRON – Sistema Integrado de Vigilância de Fronteiras –, a ser compartilhado com as nações vizinhas, com seu duplo papel.
De um lado, atenderá à mais premente demanda das populações dos grandes centros urbanos, que clamam pela proteção contra o flagelo das drogas, das armas clandestinas e do contrabando.
Por outro, potencializará benefícios sociais, trazendo novas soluções para a educação, a saúde, a vigilância sanitária, o controle ambiental e a defesa civil, além de informações sobre o clima.
Esse é, enfim, o Exército de Caxias, o “Braço Forte e Mão Amiga” em que os brasileiros de todos os rincões encontram proteção e segurança, razão pela qual o elevam, ao lado da Marinha de Tamandaré e da Força Aérea de Eduardo Gomes, à condição de Instituição com o mais elevado índice de confiabilidade do País.
Brasília, DF, 25 de agosto de 2015
General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas
Comandante do Exército