Vídeo da modernização do M113 pela Universidade de Santa Maria [Texto atualizado]

Veículo militar modernizado em Santa Maria 

Em Santa Maria foi produzido por solicitação Exercito Brasileiro um protótipo do blindado m113, com qualificações técnicas, testadas e aprovadas em exaustivos testes, sendo hoje um dos melhores carros blindados da sua categoria no mundo.

Empresa de Santa maria, em parceria com a UFSM, moderniza blindado M-113, que está em uso no 29º BIB.

Em 2002 a Universidade de Campinas (Unicamp) foi escolhida para participar de um processo de modernização de largatas e materiais rodantes do blindado M-113 do Exército Brasileiro. Após estudos, em 2003, o responsável técnico Osmar Dutra em convênio com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), iniciou estudos sobre a viatura M-113B, com o objetivo de modernizar e eliminar os diversos problemas de peças e componentes, com acentuado desgaste e quebras no conjunto de força e trem de rolamento desta viatura. Isto é, o motor, transmissão e material rodante.

A revitalização da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) M-113 busca a nacionalização do maior número de peças e componentes e materiais nacionais, para que os M-113 voltem a ativa, pois 70 dos carros no momento estão parados por indisponibilidade de manutenção. As peças para restauração do modelo são importadas, portanto é um procedimento caro. “Por ser um processo de tecnologia importada, houve a necessidade de uma nacionalização de componenetes”, explica Dutra.

De acordo com o responsável técnico, o primeiro protótipo – um carro blindado fornecido pelo Exército – foi executado ainda em 2003 e está em operação até os dias atuais no 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7ºBIB) de Santa Cruz do Sul. Todo o serviço de reforma e de adaptação foi feito sem custos para o Exército Brasileiro. O segundo projeto foi executado no ano de 2006, e, parceria com Exército Brasileiro, UFSM e empresas do ramo metalúgico da cidade. Este projeto foi homologado pelo fabricante MWM de motores, em Santa Maria. Fato único, pois este foi o primeiro projeto homologado por este fabricante de motores aqui.

Após exaustivos testes e por solicitação dos militares, a viatura foi avaliada no Centro de Avaliação do Exército (Caex), no Rio de Janeiro, durante quatro meses, passando novamente por rigorosos testes e não apresentando nenhum problema relacionado aos serviços executados. Desde então, esta viatura é a mais utilizada em operações do 29º BIB e de outras unidades de Santa Maria. “A maior virtude desse carro é que ele é 100% mais econômico em relação ao modelo americano, sendo anfíbio sem preparação”, destaca Dutra.

Conforme o responsável técnico, durante os sete anos que a viatura está em operação, não houve e nem foi necessário qualquer tipo de manutenção corretiva no modelo. Conforme Dutra, o M-113 é o veículo mais utilizado em terinamentos, por sua simplicidade, economia, durabilidade e especialmente por ser um carro anfíbio. No mundo todo, existem cerca de 80 mil carros deste modelo.

Licitações

A partir de 2008, tendo a participação da empresa santa-mariense Medianeira Mecânica, “participamos do processo licitatório, com empresas nacionais e internacionais, para modernização de toda a frota de viaturas M-113”, explica Dutra. As empresas de Santa Maria ficaram relacionadas entre as cinco empresas que defenderam o projeto em Brasília, sendo que o resultado desta licitação não foi apresentado. Na realidade houve um cancelamento de todo o processo licitatório. Não houve explicação razoável por anular a licitação, um mês depois.

No ano de 2009, uma nova licitação, para recuperação de um lote de viaturas M-113 foi aberto e as empresas de Santa Maria ficaram classificadas com a segunda colocação. “Acreditamos que uma das causas para esta segunda colocação, foi a exigência de uma pista particular pavimentada, com impacto ambiental, com extensão de 16 km, o que aumentou muito o custo da licitação. E a empresa vencedora nada disso apresentou, abrindo falência e não concluindo as obrigações assumidas”, ressalta Dutra. Outro fato que muito onerou a licitação, foi o aumento da multa por não execução, de 10% para 28% do valor.

Tendo em vista a falência desta empresa executante, esperava-se que a segunda colocada – a Medianeira Mecânica de Santa Maria – fosse convocada. No entanto, isso não aconteceu. “Atualmente, o que nos causa surpresa, é o fato do Exército ter contratado uma empresa americana, sem licitação, para vender projeto de modernização de um lote de viaturas blindadas, com o processo totalmente importado e tecnologia ultrapassada, utilizando motores dois tempos Detroit. Este motor não atende ao controle de emissões e é de alto consumo. Tem custo elevado de suprimento e de manutenção, o que torna o projeto totalmente importado, fugindo à lei criada pelo ministro da Defesa em 2012, que prevê apoio e estímulo à indústria bélica nacional e a exigência de máxima nacionalização,” constata Dutra.

Para lembrar, no final da década de 70, as empresas Ford, GM e CBT testaram essa motorização por dois anos, em seus produtos, e desistiram pela complexidade e por outros itens já mencionados. Caso o Exército necessite fazer uma manutenção corretiva hoje, adquire-se dois motores Mercedes ou MWM novos com o mesmo valor. Outro item que não convence, é a execução desse projeto no estado do Paraná e não no Parque de Santa Maria, pois 80% dessas viaturas estão aqui no sul do país.

As empresas santa-marienses estão atentas ao que está acontecendo e preparadas, tecnologicamente, para executar o melhor serviço para o Exército Brasileiro.

FONTE: Santamariense/Joyce Noronha. A RAZÃO (SMRS).

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