Por Luiz Padilha
A Navantia, em confirmação oficial ao DAN, inseriu em suas propostas para o PROSUPER da Marinha do Brasil, uma versão da fragata F-100 classe Álvaro de Bazan, equipada com o radar phased-array CEAFAR.
Inicialmente, a Navantia tinha oferecido a fragata F-100 com o radar AEGIS SPY-1 D, ou um navio idêntico a fragata norueguesa Fridtjof Nansen, com o radar AEGIS SPY-1F. Porém, essas opções sempre esbarraram na desconfiança de que a transferência de tecnologia a ser repassada à MB não fosse autorizada pelo governo americano.
A nova opção é baseada no radar CEAFAR, da CEA Technologies, um radar digital phased-array que equipa as fragatas australianas da classe ANZAC.
O CEAFAR é um radar eletronicamente direcional de matriz digital ativa 3D, projetado para suportar múltiplas missões, incluindo a vigilância aérea, defesa de mísseis de cruzeiro, defesa contra mísseis balísticos, podendo “lockar” vários alvos simultaneamente. O radar, de matriz digital, é derivado da antena banda S, que foi desenvolvida a partir do processador de sinal Aegis Ballistic Missile Defense.
Os sistemas phased array possuem uma evidente vantagem sobre os radares convencionais, uma vez que seus painéis são fixos, o que torna a ação de detecção e travamento em um alvo em movimento mais rápida. Por não ter um movimento físico, o feixe do radar pode digitalizar com rapidez suficiente para acompanhar múltiplos alvos e ainda fazer uma busca maior.
Os escoltas convencionais possuem radares de vigilância com antenas rotativas para fazer a varredura do horizonte e, quando um alvo é detectado, ele só pode ser “visto” uma vez em cada varredura de 360 graus. Se aumentar a velocidade da taxa de varredura, a definição alvo cai proporcionalmente.
Um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento contínuo pela CEA de seu radar CEAFAR, tem sido a implementação de “beamforming” digital, ou feixe digital.
Uma das vantagens do radar CEAFAR é permitir que todas as informações e dados recebidos possam ser armazenados e então serem usados para formar o maior número de feixes radar, rastreando múltiplos alvos.
Uma vantagem desta proposta é que a mesma permite a utilização dos mísseis Superfície x Ar ASTER 15 e ASTER 30, fabricados pela MBDA, em lugar dos mísseis STANDARD de origem americana.
O PROSUPER significa “Programa de Obtenção de Meios de Superfície” e prevê, em sua primeira fase, a construção de cinco Escoltas de 6.000 ton, de cinco Navios-Patrulha Oceânicos de 1.800 ton e de um Navio de Apoio Logístico de 13.000 ton.