Empresa nega que espione para os EUA

Global Crossing foi primeira companhia a fechar acordo com governo americano para permitir acesso a sua rede. Empresa atua no Brasil, oferecendo serviços de acesso à internet e telefonia; em nota, diz

A americana Level 3, que comprou há dois anos a Global Crossing, primeira empresa de telecomunicações a fechar acordo com o governo dos Estados Unidos para permitir acesso rápido aos dados de sua rede, divulgou nota em que nega que o acerto inclua “vigilância não autorizada, em território dos EUA ou estrangeiro”.

A Level 3/Global Crossing atua também no Brasil, com 500 funcionários e três “datacenters” em Curitiba, São Paulo e Rio. Oferece serviços de acesso à internet e telefonia, entre outros, “para clientes corporativos, governamentais, de conteúdo, de atacado e de ISPs”, provedores de serviços de internet.

O acordo da Global Crossing foi assinado em 2003 e, segundo o “Washington Post”, previa manter um centro de dados nos EUA, permitindo acesso por autoridades em, no máximo, 30 minutos –além de uma equipe de funcionários de naturalidade americana e aprovados pelo governo para lidar com informações confidenciais.

Um segundo acordo foi assinado em 2011, quando a Level 3 comprou a Global Crossing. Nem o primeiro nem o segundo preveem “vigilância não autorizada”, declara a empresa, acrescentando que o acerto de 2011 “requer que [a Level 3] cumpra o processo legal dos EUA”.

NSA

“Todos os países em que oferecemos serviços têm preocupações em relação à segurança e à aplicação da lei, e somos periodicamente compelidos por autoridades a assisti-las em suas investigações”, diz a Level 3, evitando tratar separadamente da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.

“Nossa política é a mesma em todo lugar. Obedecemos a legislação local ao mesmo tempo em que tomamos todos os passos razoáveis para proteger a privacidade dos clientes.

Em geral, as jurisdições que buscam assistência na aplicação da lei ou nas investigações proíbem divulgar a assistência dada.”

A nota foi distribuída em resposta à “atenção recente da mídia”, ou seja, ao “WP” de domingo passado, que apontou o acordo de 2003 como modelo usado pelo governo americano para todos os acordos posteriores com empresas de telefonia e internet –em programas como Fairview e Prism, da NSA.

Como relata a Level 3, os acordos são fechados com a “Team Telecom”, equipe telecom, “uma reunião de agências governamentais que incluem os departamentos de Defesa e Segurança Interna”. De acordo com o “WP”, as negociações incluem pressões do FCC, a agência americana de telecomunicações.

Eixos

Quando da compra da Global Crossing pela Level 3, o presidente da empresa para a América Latina, Hector Alonso, deu declarações indicando que o Brasil concentraria o foco na região, sobretudo os projetos governamentais de banda larga, como parceira e fornecedora.

FONTE: Folha de São Paulo

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