O Canadá, segundo Snowden, integra um consórcio de vigilância com os EUA e outros três países (Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia) conhecido como Five Eyes. Assim como fez o governo americano, John Foster assegurou que os cidadãos de seu país não foram alvo de monitoramento. “Tudo o que o CSE faz em termos de inteligência externa segue as leis canadenses”, garantiu. Na véspera, o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, disse estar “preocupado” com o episódio envolvendo o Brasil.
O Canadá protagoniza o mais recente episódio da saga da espionagem que teve como principal alvo o governo brasileiro. As revelações desencadearam uma crise com os EUA depois de documentos mostrarem que nem mesmo as comunicações da presidente Dilma Rousseff foram poupadas. Ontem, o jornal britânico The Guardian afirmou que o governo canadense trocou informações “confidenciais” com empresas do setor energético. A denúncia reforça a declaração de Dilma de que o objetivo do monitoramento seria econômico.
Além desse interesse, segundo Greenwald, os países buscam aumentar seu poder com o uso da vigilância. Ele e o companheiro, o estudante brasileiro David Miranda, foram ouvidos por parlamentares em Brasília. Miranda, que ficou retido em um aeroporto de Londres por quase nove horas em agosto sob a acusação de transportar informações roubadas, cobrou ações mais vigorosas do Itamaraty em relação ao incidente.
FONTE: Correio Brasiliense