Ibama aprovou o Estudo e respectivo Relatório de Impacto Ambiental para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), projeto desenvolvido pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) dentro do Centro Tecnológico da Marinha de Aramar, em Iperó, na região de Sorocaba. A aprovação pode ser considerada um avanço no programa de construção do submarino movido à propulsão nuclear.
Agora, o estudo será discutido em audiências públicas que poderão ser solicitadas dentro do prazo de 45 dias. Três delas já estão programadas para os dias 22, 23 e 24 de outubro nos municípios de Iperó, Sorocaba e São Paulo, respectivamente. A entrada em funcionamento do reator, conforme divulgado pelo Ibama com base nos estudos realizados, “terá consequências negativas principalmente a nível local e positivas a nível local, regional e nacional”.
O resultado disponível no link http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-publica-o-aceite-do-eia/rima-do-reator-multiproposito-brasileiro aponta que “os impactos negativos serão temporários e cessarão depois da fase de instalação”. O RMB, ainda de acordo com o levantamento, também possui toda uma preocupação de segurança para com os funcionários (no caso do Centro Experimental de Aramar) e população do entorno. Estão definidos critérios de segurança que serão seguidos na construção e operação do equipamento.
O reator será aplicado a médio e longo prazo nas áreas de medicina, desenvolvimento e tecnologia, pesquisa, agricultura, e meio ambiente, entre outros. Para o Ibama o “empreendimento é perfeitamente viável do ponto de vista social e ambiental, desde que haja a fidedigna implantação dos Programas Ambientais, que garantam a execução e o controle das ações planejadas e a correta condução socioambiental das obras”.
Em março do ano passado, o Cruzeiro do Sul noticiou que o projeto básico de engenharia do primeiro submarino nuclear brasileiro começaria a ser desenvolvido a partir do dia 9 de julho pelos 26 engenheiros brasileiros que passaram um ano e meio na França para estudos. Essa etapa do processo deverá ser concluída em 2015. Já no ano seguinte, 2016 começa a construção em Itaguaí (Rio de Janeiro), com término em 2023, para testes de porto e de mar. Em 2025, o submarino entrará em sua fase operacional. Dessa forma, o país entrará para o seleto clube dos países que dominam a tecnologia da propulsão nuclear. China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia já são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Reator é toda instalação que mantém e controla uma reação de fissão nuclear em cadeia com a finalidade de produzir energia elétrica. Foi em Chicago, a 2 de dezembro de 1942, que o físico italiano Enrico Fermi conseguiu a primeira produção de energia atômica através da reação em cadeia, durante a fissão do urânio. Com esta descoberta a tecnologia conheceu um grande avanço e desenvolvimento.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul