Em 8 de novembro, a Junta Interamericana de Defesa (JID), sediada em Washington-DC, realizará a Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética 2023, com o tema “Fortalecendo os escudos cibernéticos: rumo à cooperação hemisférica em defesa digital!”.
O evento tem o propósito de estimular o desenvolvimento, no mais alto nível, do ambiente hemisférico no campo da defesa cibernética, a fim de contribuir com a promoção de oportunidades e a cooperação e interação no setor.
Em um cenário digital desafiador, que continua a evoluir a um ritmo sem precedentes, a Conferência promete um encontro intelectualmente estimulante e rico em networking, oferecendo o ambiente ideal para a exploração de estratégias inovadoras e o compartilhamento de percepções no âmbito da segurança cibernética.
Para apresentar aos nossos leitores mais informações sobre esse relevante tema, realizamos uma entrevista com o Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes de Oliveira, da Marinha do Brasil, Chefe da Divisão de Serviços Técnicos da Junta Interamericana de Defesa.
Defesa Aérea & Naval – Poderia falar um pouco sobre esta edição 2023 da Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética, promovida pela JID? Quais são os objetivos do evento, quando e como será realizado e como as pessoas podem se inscrever?
Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes – É com grande satisfação que temos a oportunidade de organizar essa Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética, edição 2023. A Conferência é parte do Programa de Defesa Cibernética da JID, basicamente sustentado por três pilares: Rede de Contatos, Construção de Capacidades e Conferências. Esse último Pilar, no qual o próximo evento está inserido, tem por objetivo geral compartilhar novas soluções, boas práticas e informações acerca do que está ocorrendo atualmente no mundo e, particularmente, no Hemisférico Americano, na área da defesa cibernética.
Como objetivo particular, a Conferência trabalha para fomentar a cooperação hemisférica e desenvolver alternativas para a criação de um futuro marco de cooperação em defesa cibernética, possibilitando aos Estados Membros do sistema OEA/JID a construção de capacidades no setor e o compartilhamento de boas práticas e lições aprendidas.
A Conferência será realizada a partir da Casa do Soldado, sede da JID, em Washington, DC. Ocorrerá, no dia 8 de novembro, das 9h às 13h (horário de Washington), nas modalidades presencial para os delegados da JID e convidados e virtual, nos canais da plataforma ZOOM e YouTube, para o público em geral.
O evento é aberto a todos os que têm interesse pelo tema e as inscrições para assistir a Conferência na modalidade virtual podem ser feitas pelo site da JID (www.jid.org) ou pelo site https://ciberdefensa.jid.org/.
Defesa Aérea & Naval – Quais serão os principais participantes da Conferência?
Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes – A agenda trará temas importantes relacionados à Cooperação Hemisférica, objetivo particular da nossa Conferência. Além da abertura, que será realizada pelo Diretor da Secretaria-Geral da JID, Brigadeiro Flávio Luiz de Oliveira Pinto, o evento contará com o General Luís Carlos Soares de Sousa, Chefe do Centro de Defesa Cibernética do Brasil; com o Coronel David Blanc, Chefe do Estado-Maior de Operações das Forças Cibernéticas Canadenses; com a Doutora Agnes Kasper, Chefe do Departamento de Legislação do Centro Cooperativo de Excelência em Defesa Cibernética da OTAN (CCDCOE); com Alejandro Botter, da pela Check Point, e Wade Lance, pela SYNACK, representantes de empresas do setor de segurança e defesa cibernética; e com a Senhora Kerry-Ann Barret, Gerente do Programa de Segurança Cibernética do CICTE/OEA. Como Assessor de Defesa Cibernética da JID, também conduzirei um painel durante o evento.
Os temas das apresentações podem ser conferidos na agenda da Conferência, publicada no site do evento, que aproveito para relembrar: https://ciberdefensa.jid.org/.
Defesa Aérea & Naval – De que forma a Junta Interamericana de Defesa pode contribuir para o debate e o avanço de uma área tão importante na atual agenda global? Qual a importância do trabalho colaborativo entre as Forças de Defesa e Segurança dos países do hemisfério?
Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes – Este é uma pergunta fundamental. O Espaço Cibernético não possui fronteiras definidas, pode ser livremente utilizado por agentes de ameaças diversos, sem que estes sejam descobertos e sem que, na maior parte das vezes, se possa atribuir a autoria dos ataques.
As armas cibernéticas evoluem muito mais rápido que as defesas capazes de contrapô-las. Essas características citadas, dentre diversas outras, fazem do Espaço Cibernético um ambiente em que a cooperação – não somente entre os diversos setores críticos de um Estado e as entidades que os operam (governo, empresas e academia), mas entre Estados soberanos seja primordial, a fim de fomentar a segurança e a confiança mútua em nossa região.
Em todos os eventos e capacitações dos quais participei, desde que cheguei à JID, essa palavra foi sem dúvida a mais ouvida. O Marco de Cooperação que pretendemos fomentar entre os Estados Membros da JID é voltado para a construção de capacidades e o compartilhamento de Informações, com a finalidade de alavancar a maturidade cibernética dos Estados e fomentar a segurança e a confiança hemisféricas.
Defesa Aérea & Naval – A Junta Interamericana de Defesa tem desenvolvido diversas parcerias relevantes nesse campo. Pode destacar algumas?
Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes – A seção de Defesa Cibernética busca participar dos diversos eventos e capacitações que ocorrem na região da sede da JID, assim como dos eventos realizados pelos Estados Membros, para os quais somos normalmente convidados. Desta forma podemos ficar atualizados com boas práticas, conhecer novos produtos e soluções e, principalmente, aumentar nossa rede de contatos, um dos pilares do Programa de Defesa Cibernética da JID. A partir de nossa rede de contatos, podemos realizar parcerias para o oferecimento de cursos e treinamentos e para que instituições e empresas nos brindem com palestrantes e informações importantes, a fim de que a JID opere como um grande ente facilitador, capaz de colocar lado a lado aqueles que demandam e aqueles que podem fornecer as soluções que se deseja, no campo da segurança e da defesa cibernética.
Defesa Aérea & Naval – Alguma outra mensagem que deseje compartilhar?
Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes – Estimulo a todos para que não percam a valiosa oportunidade de acompanhar a nossa Conferência, adquirindo novos conhecimentos nessa dinâmica área do conhecimento, que evolui tão rapidamente.
Aproveito a oportunidade e convido também para que acessem o site da JID e conheçam o programa de Defesa Cibernética e as demais atividades que são conduzidas pelos dedicados militares que aqui trabalham. Sei que a divulgação de todo esse trabalho pode contribuir, decisivamente, para o fomento da confiança e da segurança no nosso hemisfério.