Por Emídio Neto
A referida missão consistiu de lançamento de bombas tipo BEX (Bomba de Exercício) no estande de tiros da FAB em Maxaranguape/RN. O estande fica distante 33 milhas da Base Aérea de Natal. O CC Assunção relatou que a decolagem no AF-1 1013 da cabeceira 16R ocorreu sem problemas, seguindo em direção ao mar. Ao cruzar com a costa curva-se à esquerda, seguindo para o norte, deixando para trás os famosos “Morro do Careca” e “Forte dos Reis Magos”, dois pontos turísticos conhecidos das praias urbanas de Natal.
Após subir até 3.000 pés, o objetivo primário da navegação era chegar ao ponto inicial do dito “Corredor Cassino”, uma linha imaginária em diagonal onde a aeronave seguiria no sentido sudeste – noroeste por sobre uma área desabitada até o alvo, afinal, a aeronave encontrava-se “suja” (armada com bombas). Seguindo nesta rota, em menos de 15 minutos o Falcão 1013 estava sobre o estande de tiro, onde o piloto solicita via rádio “Abertura do Cassino”, ou seja, solicita autorização para iniciar o exercício de bombardeio. No solo, o “Crupier” faz o acompanhamento do lançamento das bombas, relatando o resultado dos acertos (neste caso o Crupier era um piloto da FAB).
Foram feitas seis passagens, as três primeiras sem o lançamento de bombas, um aquecimento do piloto, e mais três posteriores onde as bombas foram lançadas. Para cada lançamento, o Crupier fazia o relatório imediato ao CC Assunção de seus acertos. Completadas as seis passagens, o piloto solicita “Fechamento do Cassino”, ou encerramento do exercício de lançamento.
Exercício concluído, o Falcão 1013 é comandado a subir até 2.000 pés para o retorno à base, e como a aeronave estava “limpa” (sem bombas), o CC Assunção ruma de volta à Natal em linha reta entre o estande de tiro de Maxaranguape e a Base Aérea de Natal.
Aproximando-se da cabeceira 16R, solicita permissão para passagem de “peel-off” (mais conhecido como “Break” na Marinha, é a manobra onde é feita a passagem seguindo o eixo da pista até onde é realizada curva acentuada, cumprindo o giro de 360 graus perdendo altitude, com o alinhamento final com a pista para pouso). “Break” comandado à esquerda e alinhamento de pista perfeito, a aeronave tocando o asfalto da pista da BANT com pouco mais de 40 minutos transcorridos desde a decolagem.
Taxi feito, lentamente o Falcão volta à segurança do hangarete habilmente guiado pela equipe de terra, que já o esperava para as verificações de praxe, o preparo e armamento para a próxima missão, afinal, o treinamento não pode parar. Após desocupar o cockpit do seu AF-1, o CC Assunção retorna para o de-briefing com a sua missão realizada com total sucesso.
NOTA DO EDITOR: O DAN agradece ao CC Assunção pelo seu depoimento, e assim podermos levar aos nossos leitores os detalhes de uma missão de treinamento dos Falcões da Marinha do Brasil. Continua…