Por Vinícius Casagrande
O primeiro avião elétrico da Embraer já está pronto para receber os sistemas e componentes de voo. O UOL Economia obteve com exclusividade as primeiras imagens do novo avião com tecnologia de propulsão 100% elétrica. A aeronave é uma adaptação do avião agrícola Ipanema e recebeu um esquema de pintura especial. O avião não tem nome ainda. O projeto havia sido anunciado pela Embraer em maio e será fruto de um acordo de cooperação científica e tecnológica com a multinacional brasileira Weg, que está desenvolvendo o motor e o inversor do avião.
A Embraer firmou também uma parceria com Parker Aerospace, que será responsável por fornecer o sistema de arrefecimento do avião demonstrador da tecnologia. A fuselagem já está pronta e adaptada para receber baterias e sistemas elétricos do avião. Durante os próximos meses, as equipes técnicas da Embraer e da Weg continuarão testando os sistemas em laboratório para integração no avião e farão os ensaios em condições de operação real. O primeiro voo do protótipo está previsto para 2020.
Durante a apresentação do projeto, o vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer, Daniel Moczydlower, afirmou que o avião Ipanema foi o escolhido por permitir uma adaptação rápida e de custos reduzidos. “Vamos trabalhar em uma plataforma que já conhecemos, o que agiliza o conhecimento”, disse, na época. O novo avião elétrico da Embraer ainda não é considerado um futuro modelo de série da fabricante brasileira. Neste momento, o avião é tratado apenas como um demonstrador da nova tecnologia. No entanto, o novo avião elétrico pode ser fundamental para o avanço do projeto dos táxis voadores que a Embraer desenvolve em parceria com a Uber.
Além dos táxis voadores, a Embraer afirmou que a nova tecnologia é importante para a redução das emissões de carbono na atmosfera. A empresa já havia cogitado criar um avião comercial turboélice que utilizasse motores híbridos. “O processo de eletrificação faz parte de um conjunto de esforços realizados pela Embraer e outras empresas do setor aeronáutico que visam atender seus compromissos de sustentabilidade ambiental, a exemplo do que já vem sendo feito com biocombustíveis para redução de emissões de carbono”, afirmou a Embraer, em nota. O desenvolvimento de novos motores elétricos para aviões será uma tecnologia totalmente brasileira, que não fará parte do acordo firmado com a Boeing.
FONTE: UOL