Padronização de unidades aéreas permite maior disponibilidade dos caças com menores custos
O plano da Força Aérea Brasileira (FAB) para o exercício UNITAS é exercitar ao máximo seus pilotos em combates simulados contra as aeronaves F-18 da Marinha dos Estados Unidos. E para que até o dia 22 o número de caças brasileiros prontos para os treinamentos seja sempre elevado, um sistema de manutenção integrada foi posto em ação.
Os 17 caças F-5M utilizados na UNITAS são provenientes de Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas (RS), e recebem o cuidado das equipes de manutenção das três cidades. É como se cada esquadrão não fosse mais “dono” de suas aeronaves: os mecânicos trabalham sempre juntos.
“A gente está numa operação só. O avião é de todo mundo, é da Força Aérea”, resume o Sargento Leandro Ramos, do Esquadrão Pampa (1°/14° GAV). Ele conta que já chegou a trabalhar lado a lado com mecânicos que não conhecia, mas cada um sabia exatamente como trabalhar. “A gente segue o que está previsto. Seguimos as mesmas normas”, conta.
A nova metodologia permite aumentar a disponibilidade das aeronaves e reduzir os custos. Quem explica é o Major Thiago Romanelli, do Esquadrão Pacau (1°/4° GAV). Segundo ele, o conceito de manutenção integrada vem sendo desenvolvido na FAB há cinco anos. “Nós conseguimos gerir melhor a mão de obra, e há a troca de experiências entre os mecânicos”, afirma.
De acordo com o militar, chefe da seção de manutenção do seu Esquadrão e responsável pela disponibilidade de toda a frota de F-5M utilizada na UNITAS, a novidade permite a FAB aumentar o número de decolagens por dia. No caso da operação BVR, realizada este ano em Anápolis (GO), chegaram a acontecer voos com até 16 aeronaves simultaneamente. “A integração da manutenção é a extensão da parte operacional”, garante.
Com maior eficiência também é possível reduzir o número de militares em viagem fora de sede e ter um só estoque de suprimentos. Já o aumento da disponibilidade se dá pelo esforço concentrado das equipes de manutenção no caso de alguma pane. Ao invés de militares de apenas um Esquadrão trabalharem, todos podem ser envolvidos. As revisões dos caças, que acontecem a cada 25 horas de voo, também ganharam velocidade.
“O reflexo é justamente esse: mais aviões no céu”, concorda o Suboficial Paulo Ricardo Ferreira, do 1° Grupo de Aviação de Caça. Com experiência de 29 anos na manutenção de caças F-5, ele ressalta como todas as unidades equipadas com a aeronave atuam de maneira parecida. “O trabalho é bem similar. Os Esquadrões se encontram nas operações e nós trabalhamos como se fosse uma unidade só”.
FONTE: Agência Força Aérea
FOTOS: Ten. Humberto Leite