A saga da escolha FX é reveladora. Dos seis concorrentes na primeira seleção, ainda na administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, permanecem em produção apenas três. Na prática, significa que seria necessário, agora, promover um amplo esquema de revitalização dos modelos eventualmente comprados na ocasião.
A meta da Força Aérea é promover a padronização da frota de combate – um modelo básico de aeronave capaz de receber a roupagem adequada a diversas missões. O caça FX deverá ser capaz de substituir gradativamente todos os F-5M e os A-1M, variações modernizadas pela Embraer Defesa e Segurança (EDS) dos antigos F-5E, caças táticos, e AMX, bombardeiros leves de precisão. Os primeiros foram construídos, em média, há três anos, nos Estados Unidos. O segundo tipo, resultado de um empreendimento binacional do Brasil e da Italia, abriu caminho para a linha de jatos comerciais fabricados em São José dos Campos.
Com essa pretensão, a encomenda dos novos caças vai chegar a 124 unidades em lotes sucessivos – o que se negociou agora é apenas o primeiro pacote. Todavia, há algumas dúvidas pendentes, lembrava ontem um oficial da FAB, citando sistemas de armas e grande parte dos eletrônicos de bordo do Gripen que, segundo o piloto, seriam dependentes de fornecedores estrangeiros. A empresa sueca garante ter total independência e suficiência.
O anúncio da escolha não afasta a crise imediata da defesa aérea. Amanhã, a Aeronáutica aposenta formalmente os 12 caças Mirage 2000 que fazem o controle armado sobre Brasília. O último voo dos modelos será à meia-noite do dia 31.
FONTE: Estado de SP