Por Wilder Alejandro Sanchez
Washington – O governo do presidente Javier Milei ainda está trabalhando em suas opções sobre quais aviões de combate irão equipar a força aérea argentina, mas um candidato está fazendo um esforço aberto para o novo governo: a Índia e seu caça multifuncional Tejas.
Em 6 de fevereiro, o embaixador da Índia na Argentina e no Uruguai, Dinesh Bhatia, reuniu-se com o Brigadeiro Fernando Luis Mengo, chefe do Estado-Maior da Força Aérea Argentina (FAA) para discutir a proposta “para a aquisição pela Argentina de aeronaves de combate Tejas e helicópteros fabricado pela Hindustan Aeronautics Limited, segundo comunicado da embaixada da Índia em Buenos Aires. O Tejas, produzido internamente na Índia pela Hindustan Aeronautics Limited (HAL), ainda não conseguiu um cliente de exportação.
A Índia é um azarão geopolítico na competição argentina, uma vez que enfrenta tanto os EUA como a China. Washington espera que Buenos Aires selecione F-16 usados, que seriam fornecidos pela Real Força Aérea Dinamarquesa, já Pequim está oferecendo o Chengdu/PAC JF-17 Thunder, co-fabricado pela China e pelo Paquistão. A mídia argentina especula que Buenos Aires poderia comprar até 18 Tejas se ele for selecionado.
Embora não esteja claro qual é a posição do Tejas na lista de potenciais fornecedores da Força Aérea, várias reuniões ocorreram nos últimos anos. Em julho passado, o então Ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana, visitou Nova Delhi para assinar um acordo de cooperação com a HAL para modernizar a frota de helicópteros militares argentinos. Especificamente, Buenos Aires está interessada na produção conjunta do HAL Light Utility Helicopter (LUH) e do Advanced Light Helicopter (ALH). Durante a visita, Taiana teria visitado as instalações da HAL, onde o Tejas também é fabricado. Da mesma forma, o então comandante da Força Aérea, Brig. Gen. Xavier Julián Isaac, visitou as instalações da HAL durante uma viagem à Índia em março de 2022.
Em junho passado mais uma delegação da HAL viajou para Buenos Aires, para “avaliar a oferta de aviões de combate Tejas” com o alto comando da Força, incluindo Isaac.
Javier Milei tomou posse em dezembro passado, e disse: “não há dinheiro” para grandes aquisições militares. No entanto, o recente encontro entre Bhatia e um oficial de alta patente da FAA demonstra que Nova Deli não abandonou a esperança de cortejar Buenos Aires.
Pelo menos um esforço de modernização da FAA continua avançando: em 5 de fevereiro, a Força recebeu a primeira de duas aeronaves de transporte Embraer ERJ 140 LR. A plataforma, denominada “Vuelo del Pampero” (T-95), e seu futuro irmão “Paloma Gaucha” (T-96) serão atribuídos ao Esquadrão II do Grupo de Transporte Aéreo 1.
Até agora, a presença da Índia no mercado de defesa da América Latina é praticamente inexistente. O Equador comprou sete helicópteros utilitários HAL Dhruv em 2008, quatro dos quais caíram (em um incidente, houve mortes).
Os três helicópteros restantes foram aterrados em 2015. Enquanto isso, após uma visita à Índia em janeiro de 2023, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou sua intenção de comprar uma ou duas aeronaves de uso geral HAL Dornier 228. No entanto, um ano depois, nenhum contrato foi anunciado.
A única venda bem-sucedida que a Índia teve na América Latina aconteceu com o Chile. Especificamente, a Marinha do Chile recebeu em 2021 o navio Anchor Handling, Towing, Supply, and Standby Vessel (AHTSSV) Janequeo (ATF-65). O AHTSSV, construído pelo estaleiro indiano Larsen & Toubro Shipbuilding, participa da campanha antártica do Chile.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Breaking Defense