Por Laís Alegretti e Gustavo Uribe
Apesar da disposição das Forças Armadas de preparar 750 militares para atuar no país africano, há resistência de integrantes do governo – da área econômica e também de fora dela- devido ao custo da operação em um momento de crise fiscal. O valor previsto pela cúpula militar é de R$ 400 milhões, considerando a preparação e o custo de operação por um ano, disse um membro do governo que participa das negociações. Farte do valor é reembolsada pela ONU.
“Nós estamos finalizando isso aí e examinando. Muito provavelmente, sim. Porque o Brasil tem uma presença muito bem vista e querida nas missões de paz de que participou. Então, é muito provável que eu mande para lá”, afirmou Temer à Folha.
O envio dos militares à República Centro-Africana de pende, agora, da decisão do presidente de pedir uma autorização ao Congresso. Em sessão conjunta, deputados e senadores precisam aprovar a entrada na operação. De um lado, integrantes do Ministério da Defesa de fendem a importância de o Brasil participar de missões de paz como forma de se aproximar de outros países.
Os militares participantes, além de adquirir experiência na missão, têm direito a remuneração em dólar. De outro lado, auxiliares do presidente e membros da área econômica argumentam que, em momento de crise fiscal, será difícil argumentar a favor do envio das tropas. Também pesam contra, de acordo com eles, as crises de segurança pública, como a do Rio, que têm contado com o reforço dos militares.
GUERRA CIVIL – Desde 2012, a República Centro-Africana enfrenta uma guerra civil que envolve mais dedez grupos armados com diferentes motivações políticas e religiosas, de acordo com a ONU.
Em novembro, o secretário-geral da organização, António Guterres, convidou oficialmente o Brasil a participar da missão de paz. Na época, a expectativa era a de que os primeiros soldados chegassem em março. 0 convite ocorreu após o fim da missão da ONU no Haiti, comandada pelo Brasil, que durou 13 anos.
Procurados pela reportagem, os ministérios da Defesa, da Fazenda e do Planejamento não quiseram comentar o assunto e informar o custo da operação. 0 Itamaraty informou que “ainda estuda a participação do Brasil em missões de paz”.
FONTE: Folha de São Paulo