Por Bill Sweetman
Endossados nacionalmente pela Suécia e Suíça, o plano para sobreviver aos distúrbios políticos e econômicos do caça JAS39 E/F, do Gripen Demo e os programas de próxima geração (Gripen NG), para serem entregues em 2018. Isto significa que, a Saab e a sua equipe fornecedora, terá criado o que em muitos aspectos é uma aeronave totalmente nova, em comparação com os originais JAS9 A/B, já que o desenvolvimento da versão em serviço C/D, começou em junho de 1997.
Isso tem sido feito até agora em contratos de preço fixo para o desenvolvimento, nova produção e modernizações, de acordo com a apresentação da FMV, o organismo sueco de aquisição de defesa. Após a entrega do último Gripen C/D, a Saab devolveu um saldo não revelado para o governo sueco, tendo em vista que os custos acabaram mais baixos do que eram previstos inicialmente.
Mais detalhes da versão JAS39 E/F surgiram na conferência aeroespacial organizada pela Força Aérea Sueca e a Saab, no início deste mês na Base Aérea de Malmen, com a participação dos operadores, atuais e potenciais, do Gripen.
A programação está definida por dois compromissos interligados. O governo sueco decidiu substituir os seus C/D pelo E/F, e tem o compromisso de desenvolver a aeronave a tempo de atender aos requisitos da Suíça. Já o governo suíço, escolheu o E/F como a única substituição acessível para o F-5E/F, e sujeito a um referendo e a negociações, para assinar o contrato em 2014, provendo desta maneira um avanço em grande escala por parte da Suécia.
Alguns trabalhos de desenvolvimento continuarão a lançar as bases para os quatro anos do programa. Enquanto que o processo político permanece em andamento, as duas primeiras aeronaves fabricadas como E/F, identificadas como 39-8, voarão no final de 2013. O Gripen Demo foi equipado como um protótipo do radar Selex Raven ES-05, e será usado para testar os sistemas de aviônicos e de armas do E/F.
A célula E/F será totalmente nova, embora deva ser possível utilizar alguns componentes principais das células existentes dos C/D, incluindo as asas. As seções médias e posteriores da fuselagem vão ser todas novas, para acomodar o motor General Electric F414 (e o seu maior fluxo de ar) e o novo trem de pouso. As seções das raízes das asas serão maiores, colocando o ponto de fixação da asa mais distante. O objetivo é manter a mesma carga alar do E/F, que teve um aumento de 2,5 toneladas de peso bruto. A fuselagem será ligeiramente maior, mantendo ou melhorando a relação de estreitamento. Fontes sugerem que o projeto vai incorporar as entradas de ar supersônicas no estilo do F-35.
A versão E/F deve atingir velocidade de supercruzeiro, com seu armamento. Ainda sob discussão se vai usar a versão do F414 com Motor de Desempenho Reforçado (EPE – Enhanced Performance Engine), que poderia ser configurado afim de fornecer mais empuxo, ou uma economia de combustível ou ainda, uma combinação dos dois.
Um mock-up do conjunto de sensores Selex Galileo para a versão E/F estava em exposição em Malmen, confirmando as importantes características do projeto. O Raven ES-05 possui um “reposicionador”: o AESA está fortemente inclinado e montado num rolamento, dando-lhe um campo de atuação de +-100 graus, praticamente o dobro do modelo fixo da AESA. Ele tem uma influência única, ao contrário do mais complexo projeto de dois rolamentos, previsto para equipar o Eurofighter Typhoon, reduzindo o peso e o seu custo.
O radar AESA incorpora uma função de IFF (Identification Friend-or-Foe), que trabalha em conjunto com o SIT 426 IFF. O segundo apresenta grandes antenas ativas nas laterais da fuselagem, e atrás do radome, fornecendo uma cobertura IFF sem precedentes, em azimute e alcance. O sistema de busca e rastreamento infravermelho Skyward-G é refrigerado a ar, reduzindo assim o seu peso.
O projeto de conjunto de sensores, é focado na redução de peso, dando suporte a estratégia do E/F de proporcionar uma opção de atualização para partes em comum dos novos clientes do E/F e dos atuais operadores dos C/D, tornando os novos sensores e o sistema de aviônica, como upgrade para o C/D.
Este por sua vez, apoia a estratégia de economia do Gripen. Embora os custos de operção do caça não sejam citados, um oficial sênior sueco observa que “não é o avião mais barato” para adquirir. Por outro lado, o novo ministro da Defesa sueca, Karin Enstrom, disse numa entrevista em Malmen, que “as alternativas também não são viáveis.” Isso reflete o fato de que os custos de operação do Gripen são reivindicados como sendo muito menores do que os de quaisquer concorrentes.
De acordo com o Chefe da Força Aérea Suíça, o Lt. Gen. Marcus Gygax, a avaliação mostrou que o Dassault Rafale e o Eurofighter Typhoon teriam custos de hora de voo dentro de um pequena porcentagem uma da outra, mas aproximadamente o dobro do JAS39 E/F. Gygax também confirma que os relatórios vazados da agência de aquisição de armas da Suíça, a Armasuisse, são baseados em dados antigos e não refletem a configuração do Gripen escolhida.
A Noruega, em sua avaliação de 2008 do Gripen contra o F-35, penalizou o caça sueco com base nas estimativas do custo de ciclo de vida e nos elevados custos de atualização de desenvolvimento para uma pequena quantidade de aviões. Contudo, os suecos sinalizam que o C/D, que inclui um novo cockpit, link de dados e sistema de guerra eletrônica, foi desenvolvido a um custo muito menor do que as atualizações comparadas. O novo sistema de aviônicos do E/F apresenta um avanço sem precedentes de divisão entre sistemas de missão crítica e de funções de voo, reduzindo o tempo e o custo de desenvolvimento e atualizações. De acordo com a Saab, os sistemas críticos de voo consomem tempo e dinheiro na verificação e ensaio, enquanto eles estão na fase inicial de projeto, mas os sistemas de missão do E/F devem ser verificados em 10-15% desse tempo. Gygax aponta que, com a opção de atualização comum com o C/D, os operadores do E/F também farão parte desta mesma comunidade de operadores.
FONTE: Aviation Week FOTOS: SAAB
TRADUÇÃO e ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval