Começa nesta quinta-feira (15) o processo de transferência do comando de operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) para a Telebras. Chamado handover, o procedimento se estenderá até 30 de junho, quando a empresa assumirá as funções do equipamento. Atualmente, os testes de verificação do SGDC são feitos pela Thales Alenia Space, que construiu o satélite, a partir do seu centro de controle em Cannes, na França. Os testes são acompanhados pelos Centros de Operações Espaciais da Telebras instalados em Brasília e no Rio de Janeiro.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, destacou o empenho do governo federal em viabilizar o projeto por meio da liberação de recursos e a importância do SGDC para o Brasil. “Com o Satélite Geoestacionário, que se torna realidade a partir da definição dele como prioridade do governo, avançaremos muito no campo da inclusão digital, que se traduz em menos desigualdade e mais oportunidades para cidadãos de todo o país, além de aperfeiçoar serviços em saúde e educação, por exemplo”, afirmou.
POSIÇÃO FINAL
Após 38 dias do lançamento ao espaço, o SGDC chegou à sua posição final na manhã do último domingo (11). Alocado na posição 75° oeste, o equipamento passará pelos últimos procedimentos antes de entrar em operação definitiva. Até o momento, os resultados são satisfatórios. “Todas as semanas temos o que comemorar quanto aos testes do SGDC. Até agora, todos os testes que envolvem a verificação da cobertura do satélite, do comportamento do sistema de radiação das antenas e dos transmissores do SGDC estão indicando respostas conforme o esperado”, disse o diretor Técnico-Operacional da Telebras, Jarbas Valente.
Em julho, serão feitos os testes fim-a-fim, que vão avaliar a real capacidade e as condições de cobertura requeridas pelo SGDC, para que a Telebras possa ativar clientes na rede do satélite. Convênios firmados entre a empresa pública e os ministérios da Educação e da Saúde vão permitir que pelo menos 7 mil equipamentos públicos municipais, estaduais e federais se conectem à rede mundial de computadores. Além disso, vai possibilitar a ampliação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
“Vivemos a era da conectividade, e o satélite vai permitir acesso à banda larga em todas as regiões do país, incluindo as mais distantes e remotas, levando educação, pesquisa, integração, prestação de serviços, como internet para escolas rurais e postos de saúde. O SGDC vai trazer inclusão e cidadania, aumentando a competitividade nas empresas e cumprindo com a missão social e digital de conectar e integrar todos os lugares desse imenso país”, ressaltou o presidente da Telebras, Antonio Loss.
O SATÉLITE
O SGDC é o primeiro equipamento geoestacionário brasileiro de uso civil e militar. Fruto de uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa, recebeu R$ 2,7 bilhões em investimentos. Adquirido pela Telebras, tem uma banda Ka, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – especialmente em áreas remotas –, e uma banda X, que corresponde a 30% da capacidade do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas.
A aquisição do satélite da Thales Alenia Space foi feita por meio de competição internacional, via contrato com a Visiona, uma joint venture entre a Telebras e a Embraer. A criação da Visiona, em 2012, corresponde a uma das ações selecionadas como prioritárias no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para atender aos objetivos e às diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) e da Estratégia Nacional de Defesa (END).
FONTE:IDS/MCTI